“Analisando a trajetória das mulheres dentro do contexto das Artes Visuais, através dos tempos, nos deparamos com um cenário muito marcado pela sociedade patriarcal e machista.
Dentro da produção mundial das Artes Visuais, há exemplos de estratégias adotadas para driblar a invisibilidade social, diante da hegemonia masculina na construção de representações sobre o gênero feminino e a dificuldade de acesso das mulheres ao consumo e a produção artística. Há exemplos no Oriente, de repressões violentas contra a manifestação artística por mulheres até os dias atuais.
Há registros comprovando a contribuição de mulheres, nos tempos medievais, que viviam em clausura, nas iluminuras e ilustrações de livros. Alem de se dedicarem à poesia também eram especialistas em pinturas, sobretudo em miniatura, e exímias bordadeiras de vestes eclesiásticas.
O papel da mulher nas Artes Visuais quase se restringia ao de serem modelos passivos. A partir do século XVIII, encontramos com maior abundância obras de mulheres. E é no movimento modernista que as mulheres consolidaram sua integração no meio artístico e cultural. A participação das mulheres na vida cultural conhece um desenvolvimento sem precedentes nas sociedades ocidentais. Das telas ao grafismo nas ruas, hoje as mulheres marcam seu espaço.
O multiculturalismo, desde então, nos indica o resgate e a afirmação da mulher dentro da História da Arte e dos cânones artísticos, e nos leva a ter um olhar contextualizado sobre o seu papel das instâncias artísticas e sociais, e na perpetuação da visibilidade feminina na esfera artística.
O feminismo foi o prenúncio de uma nova era: as mulheres tomaram as rédeas da situação, tornando-se artistas visuais, curadoras, produtoras de arte, organizadoras, diretoras culturais, professoras de Arte, dentre outras modalidades do trabalho com Arte.
Esta exposição visa reafirmar a expressão do feminino e a sua subjetividade, por meio das imagens produzidas que nos mostram suas estratégias de liberação, movimentos, giros e alternâncias, criam marcas profundas no enquadramento artístico dos seus multitemas propostos.
O Ateliê Vivaz, nesta exposição, propicia espaço para a relação entre mulheres artistas visuais, num diálogo aproximado com a alteridade e deflagrando exercícios de convívio e partilha. Criando um novo ambiente relacional como expansão do meio de atuação, produção, pesquisa e interação das artistas participantes.
Assim, a presente exposição objetiva criar o empoderamento de diferentes mulheres, por meio de suas obras carregadas de consciência, suavidade, inocência, protesto, afirmação, indignação, e suas influencias na Arte Visual de Campinas”. (texto de Maria Inês Saba)
Na abertura da exposição acontecerá também uma performance com a bailarina Kalinka Veríssimo.
A exposição poderá ser vista pelo público até dia 31 de dezembro, das 10h às 18h, gratuitamente.
Veja abaixo os nomes de todas as artistas participantes:
Anna Anapana Martins Ferreira – São Paulo/SP
Analucia Toledo – São Paulo/SP
Ana Massara – Valinhos/SP
Camilla Nascimento Camilla Nascimento – São Paulo/SP
Cibele Alves Rodrigues – Campinas /SP
Cristiana Botelho – Valinhos/SP
Deolinda Della Nina – Campinas/SP
Eni Ilis – Campinas/SP
Gabriela Gomes – Paulínia/SP
Karla Mattos – Campo Gramde/MS
Kel Amorim – Campinas /SP
Leda Maria Prado – New York /EUA
Lela Navarro – Campinas /SP
Lélia Accioli – Campinas /SP
Marcia Guibal – Piracicaba /SP
Márcia Vinhas Fernandes – São Paulo/SP
Maria Angelica Pantalena – Campinas/SP
Maria Rita Almeida Correa – Campinas/SP
Marilda Dalevedove Fernandes De Oliveira Costa – São Paulo/SP
Marilena Grolli – Campo Gramde/MS
Marisa Martins Carvalho – Campinas/SP
Nale Simionatto – Campinas /SP
Nani Isoppo – Florianópolis /SC
Rita Caruzzo Caruzzo – São Paulo /SP
Rosy Jesus Vaz – Americana/SP
Sandra Ercy Azevedo – Campinas /SP
Silvana Ran – Jundiaí /SP
Sonia Bogaz – São Paulo / SP
Synnöve Dahlström Hilkner – Campinas /SP
Valéria Scornaienchi – Campinas/SP
O eterno feminino nos leva para o alto.
Goethe