Ícone do site Wordpress Site

Colunista classifica moção de vereador como ‘estupidez e mau-caratismo’

O colunista e advogado, Pedro Maciel, classificou a moção de repúdio ao MEC (Ministério da Educação), aprovada por 25 vereadores de Campinas, na última quarta-feira, dia 28, de uma “estultice”. A moção de repúdio direcionada ao Ministério da Educação protestou contra uma questão na prova do Enem que incluía um trecho de um texto do livro O Segundo Sexo, da filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir. “Trata-se de estultice do vereador e aquela casa de leis não poderia impor à cidade e à sua população”, afirmou.

O autor da Moção é o vereador Campos Filho (DEM), mas teve a inacreditável aprovação de 25 vereadores.

Para Maciel, na questão do Enem, Simone de Beauvoir, uma das importantes pensadoras do século XX, não fala do “ser mulher” como uma figura fisiológica ou biológica, mas como produto cultural, uma figura socialmente construída. “É disso que se trata o fragmento do texto contido na prova de ciências humanas do ENEM, não se tratava de nada “demoníaco”… Afirmar que esse pensamento é demoníaco flerta com a estupidez”, anotou.

E prossegue: “Estupidez ou mau-caratismo do vereador que usou a expressão, pois, gênero não é o mesmo que sexo, o sexo é biológico, nascemos com o sexo, já o gênero é uma construção social. Análise esta, pontuada nos estudos das ciências humanas e da sociedade como a Sociologia, a História por exemplo. Portanto a propositura deste conteúdo em avaliações como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) mostra consonância com a realidade social brasileira e internacional, sua historicidade e contemporaneidade.”

Para Maciel, o livro de Simone de Beauvoir deveria ser lido não por feministas apenas, mas por mulheres, homens e todas as pessoas que, de um modo ou de outro, estão marcados pela questão de gênero, “porque se trata de um livro básico, que nos ensina a pensar sobre as desigualdades e privilégios de gênero, aqueles que experimentamos como os mais naturais sem perceber como nos marcam”. (Carta Campinas – Veja texto integral)

 

Sair da versão mobile