O que pode ter sido um grande negócio para os defensores da política da violência (redução do gasto com educação e aumento com presídios e polícia) foi bem ruim para a população.
Os governos do PSDB, incluindo o atual governador Geraldo Alckmin, espalharam os presídios pelo estado nos últimos 20 anos e, com eles, a espalharam também a violência pelo interior de São Paulo, segundo estudo feito no ano passado por pesquisadores da Unesp.
De acordo com reportagem da Folha, o coordenador de presídios, Hugo Berni Neto, tem um salário de R$ 18 mil e é responsável por licitações milionárias da Secretaria da Administração Penitenciária.
Um dos contratos, que está sob a apuração do Tribunal de Contas do Estado, o da alimentação dos detentos da Penitenciária 2 de Itapetinga, é avaliado em R$ 1,2 milhão. A empresa vencedora da licitação que está sob investigação é a Geraldo J. Coan, que teve seus proprietários entre os denunciados da “máfia da merenda”, acusada de fraudar licitações e pagar propina em municípios do estado.
Em pouco tempo Berni se tornou sócio da irmã em uma empresa imobiliária, que segundo ele é uma herança de família. A imobiliária constrói casas avaliadas hoje em mais de R$ 7 milhões. Ele também é sócio, desde 2013, da Midas Empreendimentos, que com a sua entrada aumentou o capital social de R$ 2.000,00 para R$ 273 mil, adquirindo diversos imóveis no interior paulista. “Minha vida pública não se misturou com a privada”, negou Berni qualquer relação entre enriquecimento e licitações.