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Terceiro mundo: crise hídrica faz disparar os casos de diarreia em São Paulo

Geraldo Alckmin –

Os casos de diarreia dispararam em todo o estado de São Paulo, inclusive em Campinas, durante a crise hídrica do ano passado, 2014. Os números chegaram a quase 35 mil casos em algumas semanas de fevereiro, março e setembro.

A avaliação é do próprio Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da Secretaria Estadual de Saúde, ligado ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB). As informações foram noticiadas por reportagem de Maria Martín, do jornal espanhol El Pais, já que a imprensa paulista tem pouco interesse nos temas que afetam a população de São Paulo.

O centro qualificou 2014 como um ano “hiper-epidêmico”, após uma análise detalhada, embora preliminar, das notificações de surtos da doença. De acordo com o CVE, “a crise hídrica escancara problemas que não são novos em relação à água e ao saneamento em São Paulo e no Brasil”.

Ainda segundo o texto de Maria Martín, a série histórica dos seis anos anteriores à crise, 2008 a 2013, a média do Estado mostra que o número de casos se situava entre 15.000 e 20.000, nunca superando os 25.000. “A diminuição da pressão, a intermitência do abastecimento, o racionamento, o consumo do volume morto das represas, e o uso da água de poços e caminhões-pipa, cuja qualidade não é sempre fiscalizada conforme a lei, são as principais causas que podem comprometer a qualidade da água e promover o surgimento de surtos (ocorrência de dois ou mais casos) de diarreia e outras doenças transmissíveis pela água, conforme aponta a pesquisa do CVE”, informou.

Além da capital, Campinas, Tambaú (noroeste), Mogi das Cruzes (região leste), Araraquara (centro), Piracicaba, São José do Rio Preto (noroeste) e São João da Boa Vista (centro-leste) foram considerados casos relevantes de aumento da doença. “Observou-se o aumento de atendimentos com concentrações muito mais altas em determinados momentos do ano, que coincidem com os períodos mais críticos da crise, como o final da estação da seca”, anotou.

Além das diarreias, a água contaminada também a Hepatite A, doença mais grave transmitida por vírus ao ingerir água ou alimentos contaminados com matéria fecal. (Carta Campinas)

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