Vivemos um capitalismo comandado por grandes conglomerados financeiro e do setor produtivo. Perceba que ‘coincidentemente’ é o mercado de produtos mais caros e de luxo que lucra mais nos momentos de crise.
Para os neoliberais, a concentração de renda é benéfica, visto que permite gerar novos investimentos, pouco importando a situação de vida da população. Esse cálculo ainda não entra na conta. Quanto mais a riqueza se concentra em grandes conglomerados, mais recursos teoricamente teriam para reinvestir no futuro.
Num momento de ‘crise’ anunciada e prevista pelo mercado financeiro, o governo dócil aumenta os juros e faz ajuste fiscal, cortando recursos das classes mais baixas da população. Exatamente como tem feito o governo de Dilma Rousseff (PT). O governo está fazendo a receita defendida originalmente pelo PSDB e aplicada no Brasil nos anos 90, em um momento em que o Brasil estava numa muito pior situação do que a atual.
Quando se faz um grande alarde de crise, as empresas retraem alguns investimentos, enxugam, demitem, terceirizam e aplicam parte dos recursos no mercado financeiro. O mercado financeiro fica feliz, se expande, e ajuda as empresas a ter lucros via rentabilidade e não produção.
As negociações salariais também ficam mais difíceis para os trabalhadores, permitindo que empresas também reduzam os custos salariais.
A população paga a conta da crise, como acontece na Grécia. É algo perverso, mas parece ser exatamente isso que está acontecendo. De uma forma aguda na Grécia e de uma forma contraditória no Brasil.
A busca pela criação de um sistema de crise permanente tem a função de permitir essa concentração de riqueza nos grandes conglomerados.
E essa contradição pode ser observada no noticiário. Ao mesmo tempo que alardeiam crise, mostram lucratividade e investimento de algumas empresas.