Nesta terça-feira, 9, às 19h, será exibido o filme “O Aborto dos Outros”, de Carla Gallo. Após três anos de pesquisa, a diretora acompanhou, durante cinco meses, o drama de inúmeras mulheres que estavam prestes a interromper a gravidez, muitas delas autorizadas por lei, outras que recorreram ao aborto clandestino. O documentário revela que, no Brasil, mais de um milhão de abortos clandestinos são realizados por ano, colocando em foco a polêmica discussão sobre a criminalização, já que constata que inúmeras mulheres continuam a fazê-lo, nas condições que encontram, com atendimento adequado ou não. (Brasil, 2008. Colorido, 71min).
Na sexta-feira, 12, também às 19h, a exibição será do filme “Jonas que terá 25 anos no ano 2000”, de Alain Tanner, como parte da Mostra Alain Tanner, que tem curadoria do Cineclube Invert. O filme segue a rotina de um grupo de homens e mulheres na casa dos 30 anos, em meio à agitação social e política de maio de 1968 na França, o grupo inclui um professor de história, um sindicalista e um boêmio. Suas vidas são conectadas por um criança de 6 anos chamada Jonas. (França/Suiça,1976. Colorido, 116 min).
No sábado, dia 13 de junho, acontecem quatro exibições no espaço. “Pride”, de Matthew Warchus, será exibido às 15h, como parte do ciclo Diversidade Sexual, do Cineclube Purpurina, com curadoria de Luis Felipe. Baseado num episódio histórico relativamente desconhecido, “Pride” apresenta-nos uma aliança improvável entre um conjunto de mineiros do país de Gales e um grupo formado por gays e lésbicas em plenos anos 80. Margaret Tatcher está no poder e os mineiros estão em greve. Depois do orgulho gay chegar em Londres, um grupo de ativistas gays e lésbicas decide arrecadar dinheiro para enviar às famílias dos mineiros. Mas a União Nacional dos Mineiros parece um pouco constrangida em receber esta ajuda. Os ativistas não perdem o ânimo, decidem entregar a doação pessoalmente e partem em direção ao País de Gales. Assim começa a história improvável de dois grupos que não tinham nenhuma relação, mas se uniram em prol de uma causa. Além da indicação ao Globo de Ouro, Pride foi um dos grandes vencedores do British Independent Film Awards, levando Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz. (Reino Unido, 2014, 120 min)
O filme “Messidor”, de Alain Tanner, será exibido às 16h, também como parte da Mostra Alain Tanner. Duas meninas suíças, uma estudante de história e outra empregada em uma loja, viajam juntas pela Suíça pedindo carona. Depois de ter gasto o dinheiro em restaurantes e hotéis baratos, optam por continuar a viagem dormindo em celeiros e pedindo dinheiro e comida para as pessoas. (França-Suiça, 1979, 123 min)
O filme “Aquele que sabe viver”, de Dino Risi, será exibido às 19h, como parte do ciclo Sensibilidade através do cinema italiano, com curadoria de Eugênio Mattioli. Em uma manhã de feriado, com as ruas de Roma vazias, Bruno (Vittorio Gassman), um boa-vida assumido, encontra Roberto (Jean-Louis Trintignant), um tímido estudante de direito, e o convence a embarcar em uma agitada viagem em seu automóvel conversível. É com o desenrolar dessa aventura que Dino Risi meticulosamente produz a imagem de uma Itália contagiada pelo “milagre econômico” dos anos 60. (Itália, 1962, 105 min)
Encerrando a programação do dia, às 19h30, é exibido o filme “O Abutre”, de Dan Gilroy, como parte da programação do ciclo O Cinema do Nosso Tempo, que tem curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira e de Gustavo Sousa. Enfrentando dificuldades para conseguir um emprego formal, o jovem Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) decide entrar no agitado submundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles. A fórmula é correr atrás de crimes e acidentes chocantes, registrar tudo e vender a história para veículos interessados. (EUA, 2014. Colorido, 117 min).
A exemplo do jornalismo no Brasil, não interessa informar ou fazer uma análise aprofundada da questão da segurança pública. O objetivo é construir uma narrativa que se conforme aos preconceitos do consumidor – e, consequentemente, que venda. O jornalismo não é uma função social, mas sim um negócio. E o protagonista do filme é uma peça que se encaixa perfeitamente nessa máquina porque, como o espectador vai se dando conta com o passar da história, ele é um sociopata. Como o próprio Bloom (Jake Gyllenhaal) diz, se você encontrar com ele, provavelmente está no pior dia da sua vida. Ele deixa o personagem de Kirk Douglas em “A Montanha dos Sete Abutres” no chinelo e não tem o mínimo de empatia ou reação emocional em relação ao que está filmando.
Todas as exibições são seguidas de debate. A programação completa pode ser vista AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Local:
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos
rua Regente Feijó, 859
Centro