O governo venezuelano rechaçou, em nota oficial, o que chamou de “manobra midiática”, as tentativas de grupos de direita nacional e internacional que tentaram “construir à base de mentiras” os episódios envolvendo a visita de uma comissão de senadores brasileiros. Segundo a nota, “os senadores chegaram ao país com o único propósito de desestabilizar a democracia venezuelana, gerar confusão e conflito entre os países irmãos [Brasil e Venezuela]”.
Segundo o governo de Nicolás Maduro, entre as mentiras estão a de que o governo teria negado permissão de sobrevoo para a delegação brasileira, antes mesmo dela apresentar formalmente qualquer explicação.
A nota também desmente que o governo teria obstruído a estrada principal que liga o aeroporto a cidade de Caracas. Na verdade, houve um acidente com uma carreta com produtos inflamáveis teria impedido o trânsito livre de veículos. Também foi rebatida a alegação de que a segurança e a integridade dos senadores estavam sob riscos.
De acordo com o governo, em nenhum momento a segurança e a integridade dos senadores do Brasil foi posta em risco. Na nota, o governo afirma dispor de vídeos e fotografias que mostram a interação dos senadores com os ativistas políticos que se encontravam em campanha eleitoral para as eleições deste ano, no país. A alegação é de que havia um efetivo de segurança com batedores, patrulhas que acompanharam durante todo o tempo o grupo de brasileiros.
Na nota, o governo da Venezuela reitera os seus laços de amizade e cooperação com base no respeito mútuo, na não ingerência nos assuntos internos dos Estados e na autodeterminação dos povos com o Brasil. As autoridades do país destacam o “compromisso inabalável” em manter esses compromissos “acima de qualquer manobra divisionista” adotado contra a Venezuela.
Na quinta-feira (18), uma missão oficial do Senado, composta de oitos senadores de oposição no Brasil foi a Venezuela para verificar as condições em que se encontram os presos que são opositores ao regime do governo de Nicolás Maduro.
Os senadores alegam que foram impedidos de visitar as pessoas e que estavam cumprindo o dever constitucional de fiscalizar a aplicação da legislação brasileira. Na verdade, houve um acidente na estrada e, por isso, o trânsito estava bloqueado. A alegação, que gerou toda a confusão que levou os senadores a serem chamados de patetas, é de que, quando o Brasil assinou o tratado do Mercosul, a cláusula de exigência da democracia pelos membros passou a compor a legislação brasileira e deve ter sua obediência cobrada pelo país em relação aos demais membros do bloco.
Integravam a missão oficial os senadores tucanos Aécio Neves (MG), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Cássio Cunha Lima (PB), além de Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Agripino Maia (DEM-RN), Sérgio Petecão (PSD-TO) e José Medeiros (PPS-MT). (Agência Brasil; edição Carta Campinas)