Campignólia conduz o espectador às salas do Palácio dos Azulejos atrás de figuras históricas e fragmentos de lendas de Campinas. A cena será composta pelos artistas da Família Burg (Guga Burg Cacilhas, Ivens Burg Cacilhas e Joana Piza), da Dupla Companhia (Aline Olmos e Fernanda Jannuzzelli) e pelo músico Lucas Uriarte. Quem está à frente da direção é o Palhaço Tubinho, descendente de família tradicional de circo-teatro e referência no Brasil em tal estética teatral. O multiartista circense também assina a dramaturgia inédita de Campignólia.
“Trata-se de um espetáculo que tem cenas de suspense, de terror e de drama, mas que estão exclusivamente a favor da graça, da comédia. Da mesma forma, há uma inspiração histórica da cidade, mas bem livre e com certa licença poética, até porque não procuramos contar as origens de Campinas ou ser didáticos”, descreve Pereira França Neto, o Palhaço Tubinho.
Nessa comédia itinerante pelo Palácio dos Azulejos, percorrendo as principais salas, escadarias e o jardim, o público perseguirá os passos do ainda Comendador Despenteado, que traz no peito um sonho reprimido: receber o título de Barão. Para aumentar a perturbação, figuras ambiciosas e desajeitadas cruzarão o caminho deste fanfarrão, entre as quais os criados Bento e Benta, Bina, a filha aflita por conta de um casamento arranjado pelos pais; e Magnólia, a esposa controladora e megera. “Vem daí o Campignólia, um louco desejo do Despenteado em mudar o nome de Campinas para agradar e homenagear a mulher”, completa Tubinho.
Contudo, como pontua o ator Ivens Burg Cacilhas, o intérprete de Despenteado, o figurão necessita cumprir alguns requisitos para receber o título de barão das mãos de Dom Pedro. Para tanto, promove de forma interesseira a benemerência, tanto por meio do Copo de Água, quanto pela construção de escolas, e ainda busca casar a filha com um bom partido.
Apesar de não ser uma comédia da tradição do picadeiro ou escrita para o circo, Campignólia carrega alguns traços da vivência do Palhaço Tubinho sob a lona circense. Para começar, a plateia identificará com facilidade alguns tipos clássicos do circo-teatro, como a megera, a ingênua e, claro, o cômico. Da mesma forma, tal qual o que encontrou no berço artístico, a comédia escrita pelo circense também está baseada em quiproquós, desajustes familiares e até mesmo em algumas gags clássicas da palhaçaria de picadeiro.
Outro detalhe: o tom sobrenatural de Campignólia está intimamente ligado à herança do circo-teatro. Não por acaso, várias comédias de lona retratam mistérios ocultos, fantasmas e seres fantásticos. Tubinho cita algumas: Tubinho e As Almas do Outro Mundo, Tubinho Contra o Lobisomem, Tubinho e a Noiva do Defunto, e Ghost ou Não Goste: Tubinho do Outro Lado da Vida. “O sobrenatural funciona bastante, a plateia se identifica. O palhaço já é desajeitado e atrapalhado por natureza, imagine só quando ele se depara e enfrenta esses seres, a graça e as trapalhadas tendem ainda a ser maiores e mais espontâneas”, avalia Tubinho.
A entrada é gratuita com limite de 60 espectadores por apresentação. (Carta Campinas com informações de identificação)
Campignólia
Quando: Quinta-feira (25/6), às 20h; sexta-feira (26/6) e sábado (27/6), às 20h e à 0h (meia-noite)
Onde: Museu da Imagem e do Som de Campinas – MIS (Palácio dos Azulejos: Rua Regente Feijó, 859, Centro, em Campinas)
Quanto: Entrada franca (As 60 senhas para o espetáculo serão distribuídas uma hora antes de cada sessão)
Classificação indicativa: 12 anos