Segundo relato de Abel, em depoimento à Comissão, ele foi abordado por guardas municipais no dia 23 de fevereiro, enquanto se deslocava de carro nas proximidades do condomínio Vale Verde, em Valinhos, aonde trabalhava na manutenção de rede telefônica.
Quando foi parado, estava sem cinto de segurança e falando ao celular, e, ao receber a multa, amassou, jogou dentro do seu carro e foi embora. Pouco depois, ao sair do bairro, se deparou com seis viaturas da GM com homens armados, sendo que um deles encostou a arma no vidro do carro dele e o acusou de ter passado em cima do pé de um guarda quando saiu do local da abordagem inicial. Foi algemado, agredido com socos e spray de pimenta, ameaçado e levado ao Distrito Policial, aonde seus irmãos, que foram ao local após saberem de sua detenção, também foram agredidos verbalmente e ameaçados.
Na Representação protocolada no MP, é requerida a apuração da prática de racismo, preconceito, violência física e moral e abuso de poder. Segundo os relatos, o preconceito racial foi percebido quando um guarda se dirigiu a um dos irmãos de Abel como “neguinho” e social, quando se referiam ao local de residência da família, o Jardim Tamoio. “O fato é grave, tanto pela violação dos direitos do ser humano quanto pelo conteúdo das palavras excludentes, criando uma situação absurda de preconceito, discriminação, racismo e abuso de poder”, afirmam os autores no texto da Representação. (Com informações de divulgação)