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Brasil e China fecham parceria de R$ 150 bi e construção da ferrovia transoceânica

Os governos do Brasil e da China assinarão na próxima terça-feira (19), durante a visita oficial do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, acordos de investimento no valor de US$ 53,3 bilhões (cerca de R$ 150 bilhões) nas áreas de agronegócio, autopeças, equipamentos de transportes, energia, ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, armazenamento e serviços. O subsecretário-geral Político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima, disse que o valor engloba alguns projetos já em curso e, a maioria, em fase de planejamento.

Entre eles está o da construção da Ferrovia Transoceânica, em parceria com a China e o Peru, e que deve facilitar o escoamento de grãos, entre outros produtos, da Região Centro-Oeste até o Oceano Pacífico.

“Essa cooperação trilateral para construção de uma ferrovia transoceânica é um exemplo emblemático e vai permitir que se crie um corredor de exportação para os grãos do Centro-Oeste e também para proteína animal. Dessa cifra de US$ 53,3 bilhões, uma cifra muito próxima de US$ 50 bilhões se referem a projetos novos”, disse Graça Lima.

Ao todo, estão previstos quatro acordos governamentais, quatro empresariais, três declarações conjuntas e mais de 25 atos, alguns deles ainda em processo de finalização.

Entre os anúncios mais esperados para a visita, estão a abertura do mercado chinês à carne bovina brasileira e a concretização da operação de venda e entrega do primeiro lote de aeronaves da Embraer, de um total de 40, à empresa chinesa Tianjin Airlines, ambos compromissos feitos durante a visita de Estado do presidente Xi Jinping a Brasília, em julho de 2014.

Em relação aos projetos de investimentos, um exemplo dos que já estão em desenvolvimento é o de ligação elétrica da Usina Hidrelétrica de Belo Monte para os centros consumidores das regiões Sul e Sudeste.

Ao ser perguntado sobre as contrapartidas pedidas pela China para disponibilizar tamanha quantidade de recursos no Brasil e o risco do crescimento da influência do país asiático na América do Sul, natural zona de influência brasileira, Graça Lima afirmou que não vê nenhuma “agenda secreta” na maior diversificação dos investimentos chineses no país e na região.

“Acho extremamente interessante o fato de uma cooperação, no sentido de aumentar os investimentos para beneficiamento, por exemplo, de recursos naturais, atender às duas necessidades. Primeiro, do Brasil, de agregar valor aos seus recursos naturais abundantes, e da própria China de já poder, ela própria, passar de um patamar para outro”, disse o embaixador, acrescentando a possibilidade do Brasil se beneficiar com a expertise chinesa em diversas áreas, como construção e transportes.

Li Keqiang deve chegar a Brasília no fim da tarde da próxima segunda-feira (18) e será recebido pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto na manhã de terça-feira. No fim da manhã acontecerá a cerimônia de assinatura de atos e declaração de imprensa e, em seguida, Dilma e Li Keqiang se dirigirão ao Palácio Itamaraty, para um almoço em homenagem ao primeiro-ministro. (Agência Brasil edição Carta Campinas)

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