Na próxima quinta-feira, 21, às 19h, será exibido o filme “Baixado”, de Alex Winter, que faz parte da programação do ciclo Internet e Informação, que tem curadoria de Felipe Ferreira e Gustavo Testa. O longa-metragem explora, desde o início, como dois amigos tiveram a ideia de criar o serviço de baixar músicas pela internet até o final do Napster, quando começaram os processos da indústria fonográfica contra o uso das músicas sem pagamento de direitos autorais.
O documentário, além de ser sobre música e informática, é sobre “as duas mentes que desencadearam uma das maiores revoltas da juventude”, diz o diretor Alex Winter. “Downloaded” foi selecionado para ser exibido no evento multimídia South by Southwest (SXSW) de 2013, cujo segmento de filmes acontece de 8 a 16 de março em Austin, no Texas.
A Mostra Clássicos, que tem curadoria de Laerte Ziggiatti e Ralf Giesse, exibe na sexta-feira, 22, às 19h, o filme “Evangelho Segundo São Mateus”, de Pier Paolo Pasolini. Pasolini segue a história de Cristo, do nascimento à ressurreição, sob a perspectiva dos textos de Mateus. Porém, é um Cristo revolucionário, mais humano que divino e menos tolerável a alguns defeitos do homem, como a hipocrisia e a falsidade. Recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza (1964). O filme foi rodado na Itália na região do Mezzogiorno ainda pobre e arcaico, incluindo: Basilicata Barile, Castel Lagopesole e Matera; Calabria Cutro e Le Castella; Puglia Ginosa, Gioia del Colle e Massafra. Os atores não são atores profissionais, o que dá ao filme um tom quase de documentário. (França/Itália, preto e branco, 1964, 137min).
No sábado, 23, às 16h, será exibido o filme “Câmera-Olho”, de Dziga Vertov, como parte do ciclo O Cinema Soviético, do Boletim Lanterna. Esse filme é uma parte do projeto mais ambicioso de Vertov, que resultou em apenas um filme, Kino Glaz, Câmera-olho, ou Kino Eye, de 1924. Com a proposta cinematográfica de explorar a montagem do filme na ampla utilização dos recursos permitidos pela câmera de filmar, suas experiências levaram-no a um novo olhar da realidade, uma transfiguração pela qual deu forma às representações do processo de criação do cinema verdade. Explorando o máximo da linguagem visual que a montagem oferecia, Vertov mostrou a população soviética no seu dia a dia num caleidoscópio visual urbano deslumbrante. O ponto mais alto de sua carreira, dominando absolutamente a imagem e o som. Cineasta favorito de Lenin, Vertov foi o símbolo da revolução, o traço de união entre o partido e a classe operária. Nas palavras do cineasta este filme é “uma grande orquestra sinfônica de pensamento”… “O que interessava era filmar os fatos, organizá-los de maneira que os espectadores se conscientizassem com a sua objetividade, fazendo compreender o mundo tal como é.”(…) (União Soviética, 1924, preto e branco, 78 min).
Ainda no sábado, às 19h30, o ciclo O Cinema do Nosso Tempo, que tem curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira e de Gustavo Sousa, exibe o filme “Boyhood – da infância à juventude”, de Richard Linklater.
Richard Linklater usa sua lente intimista e os traços de realismo documental para transformar a plateia em observadora privilegiada, convidada a viver epidermicamente as experiências acumuladas por Mason (Ellar Coltrane), da infância à juventude, dos 6 aos 18 anos. Com este título de mais de uma década de produção (foram 12 anos de filmagens), Linklater firma-se como um narrador de histórias banais. Foi assim quando completou a trilogia do amor — “Antes do amanhecer” (1995), “Antes do pôr do sol” (2004) e “Antes da meia noite” (2013) — e nos insights filosóficos de “Waking Life” (2001). Com Boyhood, o autor prova que o cinema pode ser simples como a vida. E quem há de negar que a simplicidade não mereça entrar na sala escura? (EUA, 2014. Colorido, 165 min).
Todas as exibições são gratuitas e seguidas de debate. Mais informações sobre a programação AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)