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O querer da palavra (um poema pela mudança)

A palavra só quer secar a dor,

E pelo amor sem fim, irradiar,

Num toque leve, mas transformador,

Soltar a liberdade pelo ar.

Não pode convencer o inconvencível,

Aquele já tão certo da verdade,

De vão em vão, se vai pelo invisível,

Moldando mentes com suavidade.

Não livrará do ódio, os odiosos,

Não vai tornar o velho uma criança.

Torna em sorrisos, choros copiosos

E olhos cansado, enche de esperança.

Não te fará largar as tuas armas,

Mas poderá chegar aos teus soldados,

Que em razão de aliviar seus carmas,

Troquem por versos os corpos carregados.

Jamais dividirá tua fortuna,

Mas vai multiplicar a consciência,

Dirá, então, que a humanidade é una

E que a maior riqueza está na essência.

Longe dela partir teu latifúndio,

Ou exilar-te em terras estrangeiras,

Mas mostrará que somos todos índios,

E o repúdio que temos por fronteiras.

Ela pode falar da tolerância,

Das semelhanças entre ti e mim,

Do tanto a se aclarar na ignorância

E o quanto a cultivar nesse jardim.

Jamais fará das minhas, tuas metas,

E nem as curvas retas num segundo,

Só quer criar um mundo de poetas,

Pra que se poetize um novo mundo…

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