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Estudante contradiz Atlética de Medicina e confirma violência em CPI do Trote

CPI do trote em Campinas –

Apenas dois dos 14 convocados a depor nesta segunda (9) à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Trotes Violentos compareceram para fazer depoimento na Câmara Municipal de Campinas pela manhã. Os depoentes são alunos que estiveram no comando da Atlética do curso de Medicina da Pontifícia Universidade de Campinas, entidade que tem entre suas atribuições a prática do esporte entre os alunos, contudo foi acusada em depoimentos anteriores à CPI de fomentar não só o trote violento como também o consumo de drogas e, ainda, extorquir dinheiro de estudantes.

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Tanto o ex-presidente quanto o ex-vice da Atlética negaram as acusações de trotes violentos ou qualquer desvio de conduta. O primeiro deles, Fernando “Rolex”, conhecido pelo apelido de “Rolex”, ressaltou que justamente por ser um órgão ligado à prática esportiva a entidade jamais participaria ou incentivaria trotes abusivos. Questionado pelos integrantes da comissão – presidida pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT) e com apoio do vereador Pedro Tourinho (PT) em Campinas -, ele negou também que a Atlética ordenasse a alunos que levassem drogas ilícitas para festas.

“Drogas e bebidas nas festas existem como tem em qualquer festa, cada um leva o que consome, mas ninguém é obrigado a levar ou consumir”, afirmou Rolex.

A estudante do curso de Medicina da PUC-Campinas Aline Santana Junker, que havia denunciado o esquema de extorsão e uso de drogas em festas e estava presente, voltou a depor espontaneamente e confirmou o que havia falado na primeira vez: segundo ela, diferentemente do que disseram os integrantes da Atlética, o órgão estava sim diretamente envolvido com as atividades ilícitas. “E ambos participaram e tinham conivência com trotes violentos”, rebateu.

Esta audiência em Campinas antecedeu a última, que acontece amanhã em São Paulo. A previsão é de que o relatório final seja entregue no início da tarde ao Ministério Público, que deve decidir se dá prosseguimento a uma ação penal ou abre instauração de inquérito.

A CPI realizou até o momento 25 reuniões na capital paulista e duas em Campinas. Em depoimentos anteriores, estudantes de medicina da universidade descreveram vários casos de abusos físicos, ofensas sexuais, trotes desumanos, extorsão de dinheiro e promoção de festas regadas a droga e com prostituição.

“A CPI é importante para trazer luz a estas ações que vem sendo descritas pelas vítimas em todos os depoimentos. Esperamos que culpados sejam punidos e que possamos dar uma formação e uma vida acadêmica mais adequada e com mais humanidade a nossos futuros médicos”, afirmou o vereador Pedro Tourinho. (Com informações de divulgação)

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