Diferentemente das outras edições do programa Mais Médicos, que tiveram pouca participação de médicos brasileiros, desta vez 15.747 profissionais formados no Brasil se inscreveram para concorrer a uma vaga, mais de três vezes o número de postos oferecidos.
O grande atrativo desta versão do programa é a possibilidade de o médico receber um bônus de 10% nas provas de residência, por clinicar por um ano em local determinado, na especialização de saúde pública.
Foram 11.736 os médicos que fizeram esta opção, enquanto 3.081 escolherem receber os auxílios do Mais Médicos e permanecer três anos no posto de saúde. Do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica são 930 participantes.
Nas edições anteriores, o Brasil assistiu a uma histeria coletiva da classe médica, incentivada por setores mais conservadores e por conselhos regionais de medicina. Passado aquele momento vergonhoso da medicina brasileira, programa atrai agora os brasileiros.
Prefeitos de todo o Brasil pediram 4.146 profissionais ao Programa Mais Médicos para trabalhar na rede pública. Apesar de 1,5 mil municípios estarem aptos a se inscrever no programa, 1.294 solicitaram profissionais ao governo federal, além de 12 distritos sanitários especiais indígenas.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, todos os 1,5 mil prefeitos foram avisados da possibilidade de solicitar médicos, mas pode ser que eles tenham conseguido outras formas de contratação ou não queiram se comprometer com as obrigações do programa.
Para Chioro, o número de inscritos deve ser avaliado com cautela, porque o local em que os médicos desejam trabalhar pode não coincidir com aqueles em que existem vagas. Os médicos inscritos poderão indicar até amanhã quatro municípios onde gostariam de clinicar.
Criado em 2013 para levar médicos a regiões carentes, o Mais Médicos conta hoje com 11.429 profissionais cubanos, 1.846 brasileiros e 1.187 intercambistas de vários países, como Argentina, Portugal, Venezuela, Bolívia, Espanha e Uruguai. (Agência Brasil/Edição Carta Campinas)