A empresa britânica Oxitec inaugurou hoje em Campinas uma fábrica para a produção de mosquitos Aedes Aegypti modificados geneticamente. É a primeira fábrica de mosquidos contra a dengue do Brasil. A cidade de Campinas, ironicamente, teve este ano a maior epidemia de dengue da histórica, com mais de 40 mil casos, segundo as últimas contagens da Secretaria de Saúde da cidade.
Testes com os mosquidos geneticamente modificados foram realizados em Juazeiro na Bahia e reduziu a transmissão da dengue.
A empresa produz apenas mosquitos machos, que não picam, e dessa forma não podem contaminar pessoas. Idênticos aos insetos selvagens, os mosquitos se acasalam com as fêmeas, mas geram uma cria que morre antes de atingir a fase fértil. Os testes mostraram que o novo inseto sobrevive de 2 a 4 dias na natureza. A fábrica tem capacidade para produzir 2 milhões de mosquitos por mês.
Após os testes na cidade baiana, a Oxitec recebeu a aprovação do CNTBios do Ministério da Ciência e Tecnologia brasileiro para a liberação comercial dos mosquitos geneticamente modificados.
A Secretaria de Saúde de Campinas estuda a eficácia desta técnica e ressalta que o uso do mosquito geneticamente modificado deve ser uma ação complementar, que não substitui as iniciativas de combate que já vêm sendo realizadas no município.
A empresa é sediada em Oxford (Reino Unido) e pretende, no Brasil, estabelecer parcerias com governos municipal, estadual e federal para ajudar na busca de meios de combate ao mosquito da dengue. Os testes realizados pela empresa, na cidade de Juazeiro apontaram uma redução acima de 80% na população de Aedes aegypti selvagens adultos. (Carta Campinas com informações de divulgação)