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Livro de jornalistas denuncia CBF, controle dos grandes clubes e elitização do futebol

Para o jornalista Luiz Carlos Azenha, o futebol brasileiro precisa passar por uma reforma e reduzir o poder de influência dos grandes clubes, que centralizam decisões sobre o esporte. Um dos autores do livro O Lado Sujo do Futebol, Azenha defende: em tempos de Copa do Mundo no país, é preciso que a população conheça a existência de “processos obscuros” e corrupção no futebol.

“A gente gosta do Brasil, torce pela Seleção, torce para que a Copa dê certo, mas a gente quer e acha que deve haver reforma no futebol. Foi por isso que escolhemos esse momento para lançar o livro”, argumenta.

O livro, escrito também por Amaury Ribeiro Jr., autor de A Privataria Tucana, e Tony Chastinet, faz uma série de denúncias a dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e aponta para casos de corrupção dentro da entidade. A investigação se baseou em duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) formadas na Câmara e no Senado, em 2000, para devassar os negócios do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Não houve nenhuma punição ao cartola, mas os autores de O Lado Sujo do Futebol foram convidados a prestar depoimento a deputados da Comissão de Esportes da Câmara, para debater as denúncias.

“Existe um bastidor na organização desse futebol, infelizmente esse futebol brasileiro é organizado para que as algumas pessoas enriqueçam em detrimento o interesse público”, denuncia Azenha, afirmando que o esporte está monopolizado por alguns grandes times. O jornalista ainda aponta que o futebol reproduz a estrutura da economia brasileira, que é altamente concentrada. “É preciso regionalizar as torcidas.”

“Futebol bacana é aquele em que o torcedor torce para o time que tem na região dele, ela vai no estádio dele, ele vibra”, decreta. O livro demonstra que muitos times tradicionais faliram em todo o Brasil. Para Azenha, esse processo aconteceu porque as emissoras que monopolizam a transmissão dos jogos deixaram de televisionar alguns campeonatos para privilegiar os grandes times.

A mercantilização do esporte e os preços altos dos ingressos nos estádios também são criticados, uma vez que, segundo os autores, impedem a participação maior da torcida. “Infelizmente o futebol está virando um esporte de rico, e esse não é o melhor caminho”, pontua.

Azenha elogia a posição da presidenta da Dilma, que recentemente recebeu jogadores do Bom Senso, movimento de jogadores liderado pelo ex-zagueiro do Corinthians, Paulo André, por melhores condições nos jogos. “A presidente Dilma enviou sinal muito importante ao receber os jogadores do Bom Senso, sinalizando que o Estado vai participar de uma reforma do futebol.” (Rede Brasil Atual)

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