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Pequena coletânea dos caminhos que pisamos

Pequena Coletânea dos Caminhos que Pisamos

1)Onde Pisamos:

Meu caminho é um fio estreito, vai do meu leito ao meu leito, mas se coloco reparo, a cada passo eu encaro uma porta, uma janela, uma escada meio torta, outro caminho que corta a linha do meu caminho, que de linha vira plano e o plano é não ir sozinho. Tanto caminho se cruza, tanta gente se precisa e a linha que virou plano vira coisa mais confusa, se tridimensionaliza numa trama tão precisa que não se vê mais divisa nos caminhos de quem pisa. Num átimo de segundo é tudo de todo mundo, não há começo nem fim, nada mais pertence a mim, eu que vim de um fio fino não conheço meu destino, puxo o começo da linha da vida que já foi minha, acho tudo tão perfeito, me iludindo do meu jeito, encho de vazio o peito, volto pra cama em que deito pra decifrar o universo e me vejo tão disperso que imagino um pluriverso imerso em cada verso.

 

2) Faz Sentido? Não faça “Sentido!”

Ninguém já disse dizer definitivo,
Que liquidasse espinhos e as rochas,
E que criasse pontes, acendesse tochas,
Pra vida ser um fardo nada cansativo.

Eliminasse atritos e baixasse os montes,
Sem carecer sofrer de forma alguma,
Então flutuaríamos na bruma,
E nos seriam perto os horizontes.

Perpetuado num livro sagrado,
E guardado aos eleitos tal saber,
Se eu tivesse a dádiva de ler,
E o dizer me fosse revelado…

Cegaria meus olhos para tal poder,
Só pra poder lutar contra os moinhos,
Errar e errar mais pelos caminhos,
E me enterrar nas lamas, me lavar nos rios,
E me queimar nas chamas, aquecer meus frios,
E aprender na dor, amar, sofrer de amor,                                                                         E procurar sem fim, sem ter que encontrar saída,                                                       …Porque pra mim, é só viver que dá sentido à vida.

 

3) Que Nada:

Que nada, que nada! Ainda é cedo para a madrugada. Agora o universo todo dança e nunca vai ser tarde pra mudança. Para perder o medo, nunca será cedo, nem que te oprima um dedo em riste, é só o que passou que te faz triste. Foi graças ao poder na mão de poucos, o que tornou os poderosos loucos, lesivos, é que perdemos a graça de ser vivos. Mas aprendemos que morremos todos, se a morte é o caminho do indivíduo, pra que viver num mundo dividido, para que tolerar a escravidão? Se sua mão armada e o seu crivo os deu a ilusão de dominar, a história nos deu um bom motivo, vamos morrer, mas vamos libertar! O amanhã só pode ser bonito, se passamos ilesos pelo infinito e estamos derrapando à lama do passado, é só olhar pra trás e ver o passo errado, olhar pra frente, olhar pro lado… há uma trilha, um caminhozinho quase não pisado, só por desapegados, por loucos de outro tipo, pelos que questionaram, eles deixaram um rastro quase transparente, mas hoje salta aos olhos dessa gente, gente sem temores, sem rótulos, sem preconceitos, sem vontade de inércia, sem limites pra lutar contra o peso bruto que nos prende, a fim de caminhar pra frente, loucos por um mundo diferente!

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