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Professores, escritores e músicos selecionam alguns bons livros de 2013

O ano já está por terminar e pensar em boas produções artísticas que nos chegaram ao longo de 2013 parece oportuno não só para pensarmos no que lemos, vemos ou ouvimos, mas também no que queremos ler, ver e ouvir no ano que sempre recomeça.

Alguns professores, escritores, músicos e jornalistas fizeram uma interessante seleção de livros que eles destacariam no ano de 2013. Os nomes e estilos variados nos ajudam a compor um repertório de referências que certamente levamos por diversos anos.

O escritor e filósofo Francisco Bosco destacou o livro Longe da árvore,de Andrew Solomon, lançado recentemente no Brasil. Um vasto estudo cultural, o livro entrelaça medicina, psicanálise, política – e é ainda um belo depoimento pessoal que encarna as situações estudadas. O autor entrevista mais de trezentas famílias nas quais os pais tiveram filhos com algum tipo de deficiência ou de diferença em relação ao padrão social.  Surdos, autistas, esquizofrênicos, criminosos aparecem nas quase mil páginas do livro, que revela, por meio de agudo debate teórico, o quão conservador e pouco experimental é o nosso país também em questões civis e direitos de minorias.

O músico Tom Zé destacou Ganhando o meu pão, da trilogia autobiográfica de MaksimGórki, da Cosac Naify. O músico destaca o entusiasmo pela vida que há no livro e a beleza da história de vida do escritor nascido pobre, sujeito ainda menino a um trabalho escravizante na Rússia do século 19, que desenvolve a fé vital na convivência com a avó – personagem inesquecível – e na paixão pela leitura. Mesmo diante do duro cotidiano, o talento literário resiste e essa força salta das páginas do livro.

O escritor Marcelo Mirisola destacou o livro Dentro da baleia e outros ensaios, de George Orwell, que traz o tema cada vez mais atual do autoritarismo, do cerceamento de liberdades .

Lourenço Muttarelli destacou Deus foi almoçar, de Ferréz. A professora e escritora Eliane Robert Moraes lembrou de “O sonâmbulo amador”, do pernambucano José Luiz Passos que traz para o centro da narrativa um personagem em crise, Jurandir, funcionário de uma tecelagem no interior de Pernambuco. Ele fala ao leitor em quatro cadernos distintos e seu tom completo oscila entre a ironia, o humor e o ceticismo.

Luiz Ruffato sugere a leitura de Páginas sem glória, de Sergio Sant’Anna. Kafka aparece com o clássico “O castelo”, lembrado pelo músico Otto e o cineasta Heitor Dhalia fala de O herói de mil faces, de Joseph Campbell. O poeta e editor Alexandre Barbosa destaca entre várias de suas leituras de 2013, Ilusões perdidas e os Esplendores e misérias das cortesãs, ambos do escritor francês Honoré de Balzac.

O Carta Campinas deixa ao leitores a dica de um romance da escritora Veronica Stigger de título polonês, Opisanie swiata, que significa “descrição do mundo”. Com referências múltiplas, o romance se constrói a partir de um filho doente que escreve uma carta ao pai que nunca conheceu e que deseja ver antes de morrer. O leitor acompanha a viagem do pai até o filho, a viagem da Polônia até a Amazônia brasileira “desesperadamente verde”, e encontra o rastro do elefante de Drummond, do “El Durazno”, navio de extração oswaldiana que nunca cessa sua trajetória, pois nele se encontra a “humanidade liberada”, das danças demenciais, do modernismo antropofágico do poeta Raul Bopp, do cruzamento de texto, imagens e fragmentos a compor uma história belamente contada que acompanhamos em viagem, céleres.  (Da Rede Carta Campinas com informações da revista Cult)

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