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Espetáculo ‘Alphonsus’ cria a partir da memória do poeta Alphonsus de Guimaraens

Um neta que busca encontrar-se com o bisavô que morreu 50 anos antes dela ter nascido. É a partir daí que acontece o desenrolar do espetáculo teatral “Alphonsus”, com concepção e atuação de Raquel Scotti Hirson e direção de Ana Cristina Colla, atriz pesquisadora do Lume Teatro (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp).

Neta do poeta simbolista mineiro Alphonsus de Guimaraens, Raquel decidiu ir ao encontro do avô a partir de suas poesias, buscando compreender como a sua criação poética foi possível em meio a um cenário de monotonia que marcava os longos dias provincianos do poeta que nasceu em Ouro Preto e morreu em Mariana. Ela buscou na família e em sua infância os laços que permitissem a ela encontrar conexões entre poesia, vida e criação, deixando-se envolver por fantasias e concebendo um espetáculo que entende a memória como criação.

A memória realmente parece ser o ponto de partida para a criação deste espetáculo, é pela memória que ele se faz, ou, ao menos, pela vontade de construir uma memória. As palavras é que estão em ação, ou seria a ação das palavras?. Essas complexidades, esses pequenos jogos com sentidos e significados, formam um espetáculo onde poesia e imaginação se conjugam para a recriação, no corpo, das memórias pessoais que conectam a atriz ao seu bisavô.

A vida e história do poeta são particularmente interessantes e feitas de momentos que, no palco, ganham uma potencialidade conferida pela estética teatral capaz de fazer com que ele seja lembrado e (re)vivido.

Um importante nome do simbolismo brasileiro, Alphonsus ficou conhecido como “O Solitário de Mariana” devido ao estado de isolamento em que viveu. O isolamento, de certa forma, contribuía para aumentar o caráter místico de sua obra, próprio dos simbolistas. Seus versos, agora transportados para o palco, falam de amor, morte e religiosidade. Melancólicos e musicais, o que também faz jus ao estilo simbolista, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas.

A peça pode ser vista no Teatro do Sesc Campinas na próxima sexta-feira, 29 de novembro, às 20h. Os ingressos estão à venda pela internet e nas unidades do Sesc desde o dia 1º de novembro. Os valores são: R$ 2,00 para matriculados no Sesc; R$ 5,00 meia-entrada; R$ 10,00 inteira. (Da Rede Carta Campinas com informações de divulgação)

“… mas os olhos dela continuam a mirar-me eternamente, porque eu não tive coragem de cerrá-los, como se faz com os olhos de todos os mortos.”

Alphonsus de Guimaraens

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO
Concepção e atuação: Raquel Scotti Hirson
Direção: Ana Cristina Colla
Trilha sonora original: Marcelo Onofri
Cenografia: Anybool Crys
Figurinos: Silvana Nascimento
Desenho de luz: Nadja Naira
Técnicos: Maria Emília Cunha e Francisco Barganian
Projeções: Anybool Crys e Alessandro Poeta Soave
Músicos (gravação da trilha): Marcelo Onofri (piano), Edu Guimarães (sanfona) e Maíra Rodrigues Vicentim (voz)
Gravação e mixagem de som – Nelson Pinton (Vitrola Digital Studio)
Orientação da pesquisa: Suzi Frankl Sperber
Apoio administrativo: Giselle Bastos
Design gráfico e fotos: Arthur Amaral
Registro audiovisual: Alessandro Poeta Soave
Assessoria de comunicação: Marina Franco
Produção executiva: Dani Scopin
Direção de produção: Cynthia Margareth

LUME – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – COCEN – UNICAMP
Atores-Pesquisadores e Atores-Pesquisadores Colaboradores:
Ana Cristina Colla, Carlos Simioni, Jesser de Souza, Naomi Silman, Raquel Scotti Hirson, Renato Ferracini e Ricardo Puccetti

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