Conhecer um pouco da Itália e de seu rico acervo artístico, sem deixar o Brasil, e de forma gratuita. Esta é a proposta da exposição Mestres do Renascimento: Obras-Primas Italianas, aberta hoje (13) na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo. A mostra traça um panorama do Renascimento, um dos principais movimentos artísticos da história da humanidade.
Até 23 de setembro, poderão ser vistas 57 obras de artistas como Rafael, Ticiano, Leonardo da Vinci, Michelangelo e Tintoretto, entre outros. São pinturas, esculturas e desenhos dos mais importantes mestres do movimento, que marcou os séculos 15 e 16, principalmente na Itália. A exposição abrange o período compreendido entre 1420 e 1540.
O Renascimento é um movimento caracterizado pela volta à arte clássica, focado nos princípios de valorização da natureza e do racionalismo. A arte do período é marcada pelos ideais de perfeição, naturalismo, simetria e harmonia e por uma grande influência de temas religiosos.
“A exposição é inédita e traz, pela primeira vez à América Latina, um acervo que é considerado patrimônio mundial. É um acervo composto por obras provenientes de cerca de 30 instituições italianas”, disse o gerente-geral do CCBB em São Paulo, Marcos Mantoan, em entrevista à Agência Brasil. As obras expostas, em sua maioria, são consideradas ícones e nunca tinham saído da Itália.
Os curadores são a historiadora de arte Cristina Acidini e o estudioso do Renascimento Alessandro Delpriori. A mostra é dividida em seis núcleos – a ideia é mostrar como o Renascimento se manifestou em seis regiões italianas, explicou Mantoan. A primeira é a região de Florença, tema dos trabalhos expostos no quarto andar, entre eles, o Cristo Benedicente (Cristo Abençoando, de Rafael). O terceiro andar é dedicado a Roma. Já o segundo andar está dividido em quatro espaços: Urbino, Milão, Ferrara e Veneza. Segundo Mantoan, a exposição tem também o objetivo de mostrar como o movimento se manifestou nessas regiões da Itália.
O CCBB espera que a mostra sobre o Renascimento atraia ainda mais gente que a do Impressionismo, realizada no ano passado, com as pessoas enfrentando filas de até quatro horas para ver as obras. “A exposição sobre o Impressionismo foi um precedente extremamente importante, por tudo o que conseguimos oferecer à sociedade brasileira. Recebemos, naquele período, 325 mil pessoas em dois meses, o que deu uma média diária de 6 mil pessoas no CCBB. Agora, a expectativa está em torno de 350 mil pessoas”, disse Mantoan.
Para receber todo esse público, o CCBB aumentou o número de funcionários e lançou a primeira edição da Virada Renascentista, com o complexo aberto das 15h de hoje até as 21h de amanhã (14), informou o gerente da instituição, que não descartou a formação de filas para a exposição. “Vamos tentar minimizar o impacto das filas, mas com certeza, alguma fila o público vai enfrentar.”
Depois de São Paulo, a exposição seguirá para Brasília, onde ficará de 12 de outubro a 6 de janeiro do próximo ano. Mais informações podem ser obtidas no site do CCBB. (Elaine Patricia Cruz, Repórter da Agência Brasil)