Se você fizer aulas de japonês, vai aprender as inúmeras lições que estão por trás do alfabeto Kanji. Até porque, muitos aspectos da cultura e filosofia de um país são refletidos em sua linguagem. A palavra “Danshari”, por exemplo, é constituída por três kanjis que nos ensinam os 3 passos básicos de como ser minimalista.
“Dan” significa “recusar”. “Sha” significa “jogar fora”. E “Ri” significa “separar”. Recuse tudo que não te traz felicidade, vulgo, aprenda a dizer não. Doe, venda ou recicle bens materiais que você possui em excesso. Separar quem você é do que você tem.
Para entender melhor sobre esse conceito e de quais maneiras é possível colocá-lo em prática, continue com a gente.
Como ser minimalista com Danshari
Muitas pessoas resumem o minimalismo à “se livrar de bens materiais”. Contudo, esse conceito vai muito além do mundo tangível. Ele começa dentro de nós, quando nos questionamos sobre a importância de determinadas crenças e itens em nossas vidas.
Então, o exercício que a vida minimalista propõe é reconsiderar. Reconsidere o seu estilo de vida, a forma que você lida com os acontecimentos do dia a dia – bons ou ruins – e seus hábitos de consumo.
Quando falamos para você reconsiderar seu estilo de vida, é no sentido de avaliar se os seus hábitos estão alinhados com os seus valores. Afinal, o life style propriamente dito é a soma das atividades que fazem parte da nossa rotina.
Aceite que nem tudo está sob o seu controle
Gastamos muito tempo pensando nos “e se…” da vida, sendo que o único momento em que temos total controle é o presente. A natureza é um exemplo dessa ausência de domínio: quando chove, chove.
Beleza, você não vai poder sair de casa e encontrar seu amigo no parque. No entanto, existem muitas outras atividades que você consegue realizar em um dia chuvoso. Como fazer aquele curso que você sempre posterga, ou apenas tirar um tempo para recarregar a sua bateria social.
Praticar o minimalismo é olhar para o agora e se perguntar: o que posso fazer para ter um dia bom diante das atuais circunstâncias?
Consuma com intenção
Provavelmente você já caiu na armadilha de pensar “quando eu comprar tal produto, eu serei mais feliz”, não é mesmo? Acontece que bens materiais não alteram nosso estado de espírito à longo prazo.
Aquela explosão de bem-estar que sentimos quando compramos alguma coisa é 100% temporária, e logo será substituída pelo desejo de um novo item. Afinal, fomos condicionados a acreditar que a alegria está puramente ligada ao acúmulos de bens e conquistas.
Sendo que, a felicidade está em reconhecer que você não é o que você tem. Quanto mais você é e menos você tem, maior será a sua liberdade de ir e vir por aí. Maior será o tempo e energia que você terá para realizar os hobbies que te dão prazer…Já que você não irá esgotar todos os seus recursos trabalhando dia e noite, apenas para ganhar e consumir mais. É um ciclo.
Desapegue-se aos poucos
Mudanças de comportamento que são muito radicais não costumam ser sustentáveis. Portanto, não se cobre em se livrar de tudo o que você tem em prol do minimalismo Pelo contrário: é essencial refletir sobre o destino de todos os bens que serão desfeitos.
Além disso, você deve observar quais emoções cada item provoca. Felicidade? Tristeza? Raiva? Indiferença? De acordo com Marie Kondo, especialista em organização doméstica, devemos estar rodeados de objetos que nos fazem bem.
Quando você aprende a como ser minimalista, você alcança o Wabi, que é a preferência pela simplicidade, pelo desfrute de uma vida mais pacata e mais maleável para mudanças. Materiais e imateriais!