Parece contraditório, mas não é. A taxação dos super-ricos pode deixá-los ainda mais ricos. E esse não é motivo para não taxar. Pelo contrário, a taxação das grandes fortunas deve ser implantada o mais rapidamente possível.

(foto alexander coles – pbl)

A taxação das grandes fortunas e de lucros e dividendos recebidos por super-ricos pode deixá-los mais ricos se houver uma desoneração fiscal nos contribuintes de baixa renda e se os recursos forem investidos na área social. Claro que esses recursos não podem ser desviados para comprar Viagra, prótese peniana ou gel lubrificante, nem ser gasto com aumento dos altos salários do setor militar e da Justiça. É preciso ser direcionado para a população de baixa e média renda, por exemplo, com a redução de impostos sobre o consumo.

Com mais recursos e menos endividada, a população de baixa e média renda vai levar esses recursos de volta para os super-ricos ao consumir ou mesmo poupar.

Veja, quem são os super-ricos? Os super-ricos são os que detêm os controles dos grandes conglomerados da indústria, de finanças e dos serviços, etc.

Imagina uma família super-rica que detém o controle de 40% da venda de cimento num país gigante como o Brasil. Com mais recursos nas classes mais baixas, o consumo de cimento aumenta, e o dinheiro taxado volta para o cofre dos super-ricos. Assim também vai acontecer com a família super-rica que detém bancos, shoppings, redes de supermercados e outros grandes conglomerados econômicos.

O resumo da ópera é que a taxação das grandes fortunas não tem nada de anticapitalista mas, pelo contrário, ajuda o capitalismo. A resistência à taxação é que é ideológica visto que os detentores do poder econômico não quem ceder politicamente, ainda que isso os beneficiem posteriormente.