Dados de pesquisa PoderData divulgada nesta segunda-feira, dia 2, mostram que a rejeição a militares na política saltou mais de 30% em apenas cinco meses. Nesse período, alguns militares ligados ao governo Bolsonaro fizeram pressão sobre o Supremo Tribunal Federal e foram reveladas gastos de milhões de reais com Viagra, prótese peniana e gel lubrificante comprados com dinheiro da população brasileira. A pesquisa confirma mais uma vez que o governo militarizado de Bolsonaro está acabando com a imagem das Forças Armadas.

(foto josé cruz – ag brasil)

Aa pesquisa mostrou que 44% dos brasileiros dizem que a atuação política dos militares é ruim para o Brasil, enquanto 43% dizem que é bom. No entanto, aumentou em nove pontos à resistência à participação dos militares no governo e na política. Em dezembro, 35% diziam que os militares na política era ruim para o país.

De lá para cá, os militares aumentaram as tensões com o Poder Judiciário e com a Justiça Eleitoral, mais especificamente. Na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que as Forças Armadas “estão sendo orientadas” para atacar o processo eleitoral brasileiro. A mando de Bolsonaro, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira, classificando as declarações do magistrado como “ilação e ofensa” grave.

Também nos últimos dias, Bolsonaro chegou a sugerir que os militares façam uma “apuração paralela” nas eleições deste ano. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, refutou a intromissão indevida no processo eleitoral. “Intervenção jamais”, disse ele na última sexta (29).

O escândalo envolvendo a compra pelos militares de 35 mil comprimidos de Viagra, medicamento usado para disfunção erétil, próteses penianas e gel lubrificante, além de outros artigos supérfluos também abalou o prestígio da tropa. Posteriormente, a divulgação de áudios do Supremo Tribunal Militar (STM) que confirmam casos de tortura durante a ditadura foi outro fator que desgastou a imagem dos fardados.

Os dados da pesquisa foram coletados entre 24 a 26 de abril, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3 mil entrevistas em 283 municípios nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. Registro no TSE: BR-07167/2022. (Informações da Rede Brasil Atual)