Nesta segunda-feira (11), muitas crianças que vivem no Acampamento Marielle Vive!, em Valinhos (SP) não foram à escola. As famílias ficaram com receito após dois atentados feitos neste domingo, 10, contra o Acampamento Marielle Vive, comunidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Valinhos (SP).

(foto ilust. reprod. facebook acampamento marielle vive)

Depois de um primeiro atentado às 3h20 da madrugada, outro, com o mesmo padrão, aconteceu às 19h20 do mesmo dia. De dentro de um carro, um homem disparou tiros contra o portão da comunidade. Os acampados se jogaram no chão e não foram atingidos. Com receio diante dos seguidos ataques, alguns pais optaram por manter as crianças em casa.

Depois de enfrentar, durante dois anos, a escassez do acesso à educação com a pandemia de covid-19, as cerca de 150 crianças que moram na ocupação vivem a tensão de um possível despejo e, agora, também a apreensão com os atentados.

Até o momento, prefeitura inerte

“Exigimos que providências sejam tomadas imediatamente e que as autoridades responsáveis garantam a segurança das famílias acampadas”, afirma o Movimento em nota pública.

Procurada pelo Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública e Cidadania de Valinhos informou que não está sabendo dos atentados e, portanto, não tomou providência alguma. A prefeita da cidade, Lucimara Godoy (PSD), é capitã da Polícia Militar.

Questionada por telefone se a Secretaria de Segurança Pública municipal não é notificada sobre eventos como esses quando são abertos boletins de ocorrência (BOs) na Delegacia de Polícia Civil de Valinhos, a representante da pasta pediu que a comunicação fosse por e-mail. Até o fechamento desta matéria, no entanto, não recebemos resposta.

Segundo o setor jurídico do MST, na tarde desta segunda-feira (11) haverá uma reunião para tratar do tema na Delegacia e o secretário de Segurança Pública do município, Osmir Aparecido Cruz, deve comparecer. O movimento vai protocolar um pedido de investigação e abertura de inquérito sobre os ataques. (Com informações do Brasil de Fato)