(imagem hasan almasi – upl)

.Por Eduardo de Paula Barreto.

Não espere encontrar humanidade
Em quem participa de uma guerra
As bombas adormecem a bondade
Enquanto despertam a cruel fera
Que habita no peito do soldado
Que ao integrar um grupo armado
Transforma irmãos em inimigos
E para não sucumbir à morte
Troca os sentimentos nobres
Pelos instintos mais primitivos.
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Sempre que nasce uma batalha
Testemunha-se a morte da verdade
Que sobre o solo se espalha
Tingindo-se de vermelho escarlate
E todos que peleiam se enganam
Dizendo que matam porque amam
A Pátria que os quer triunfantes
Mas tudo não passa de engodo
Porque a Pátria faz deles todos
Meros escudos dos governantes
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Muitos em vão se sacrificam
Em prol de objetivos escusos
E logo são substituídos
Por serem apenas escudos
E sobre seus corpos sem espírito
Marcham os líderes políticos
Que os enviaram aos combates
Morrem as pessoas corajosas
Doando sua existência preciosa
Aos intocáveis covardes.
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A guerra se nutre com o sangue
Dos militares e inocentes civis
Que desencarnados vão longe
Formar um invisível País
E assim será até que os quartéis
Passem a formar coronéis
Peritos em argumentos
Para que encontremos a paz
Porque a boa guerra se faz
Sem o uso de armamentos.
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Eduardo de Paula Barreto
10/04/2022
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