Assim como aconteceu há 20 anos, quando Lula venceu as eleições presidenciais, o PT deve sofrer um novo inchaço de políticos e filiados, desta vez antes mesmo das eleições. A tendência de vitória do ex-presidente Lula já no primeiro turno da eleição presidencial, como indicam todas as pesquisas, está atraindo não só eleitores para legenda, mas políticos também.

(foto midia ninja – ccl)

Na última quinta-feira, 13 de janeiro, 12 prefeitos do Ceará ingressaram no Partido dos Trabalhadores. O PT, que antes tinha 17 prefeituras, agora passa a controlar 29 no Ceará. O estado tem 184 municípios.

Entre esse novos prefeitos, dois são provenientes de partidos de esquerda: um do PSOL e um do PCdoB; cinco são de partidos de centro: um do PSB e 4 do PDT. Os demais vieram de partidos de direita como PL, Republicanos, PSDB e MDB.

A adesão de políticos de partidos de direita é um forte indicativo de há uma grande movimentação na sociedade. No grupo de políticos que aderem ao partido, pode haver não só a perspectiva de formação de um bloco de sustentabilidade do governo, mas também oportunismo político. O certo é que esse movimento pode ajudar a sufocar o discurso antipetista e, consequentemente, enfraquecer o viés ideológico da extrema-direita bolsonarista.

A recuperação dos direitos políticos de Lula e sua liderança das pesquisas também refletiu na população em geral. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou que mais de 62 mil brasileiros se filiaram ao PT em novembro de 2021, o que fez com que o partido alcançasse 1,6 milhão de filiados em dezembro passado. Para se ter uma ideia, em 2005, no primeiro governo Lula, o PT tinha cerca de 300 mil filiados.

Além disso, uma pesquisa Datafolha no final do ano passado apontou que o PT tem a preferência de 28% dos brasileiros, um volume espantoso, visto que, em segundo lugar, estão empatados o PSDB e MDB, ambos em um longínquo 2% da preferência.