Do 247

Três anos após a revelação dos cheques depositados pelo ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não esclareceu os pagamentos que totalizaram R$ 89 mil, feitos entre 2011 e 2016. A reportagem é do jornal O Globo.

(imagem reprodução – instagram – catracalivre)

Desde então, o casal presidencial jamais tocou no assunto, revelado em reportagens do jornal “O Estado de São Paulo” e da revista “Crusoé”. Em dezembro de 2020, Bolsonaro fez a última declaração pública sobre o caso, e disse que os valores depositados eram para ele.

A declaração é uma confissão sem meias palavras:

— Vamos apurar? Vamos. Mas cada um com a sua devida estatura, e não massacrar o tempo todo, como massacram a minha esposa, quando falei desde o começo que aqueles cheques do Queiroz ao longo de dez anos foram para mim, não foram para ela. Eu dava 89… divide aí, Datena — disse o presidente em entrevista ao programa do Datena. — R$ 89 mil por dez anos dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus! R$ 750 por mês. O Queiroz pagava conta minha também. Era de confiança, tá?

Já o ex-assessor de Flávio, Queiroz, que chegou a ser preso em 2020, obteve importantes vitórias na Justiça no caso das rachadinhas. Ele é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como operador do esquema no gabinete do então deputado na Assembleia Legislativa do Rio.

Em novembro, atendendo a um pedido da defesa de Queiroz, o ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu que o MP-RJ deverá apresentar nova denúncia contra o hoje senador para que as investigações do caso tenham prosseguimento.

Antes disso, em agosto, Noronha suspendeu a tramitação da denúncia que corre desde 2020 no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra Flávio, Queiroz e outras 15 pessoas investigadas no caso das rachadinhas. Eles são acusados de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema que supostamente funcionava no gabinete do então deputado estadual. (Do 247)