Sem a ajuda e a cobrança dos governos estaduais e municipais, o governo Bolsonaro se mostrou incompetente e lento na vacinação contra a Covid. Isso pode ser comprovado em relação à vacinação indígena, que depende principalmente a capacidade técnica do governo federal.

(foto bosco freitas -semsa- fp)

Reportagem do Repórter Brasil mostra que quase um ano após o início da campanha, o Ministério da Saúde ainda não foi capaz de completar a imunização nem da metade dos 755 mil brasileiros que vivem em Terras Indígenas (TIs), mesmo eles sendo parte do grupo prioritário de vacinação. Apenas 44% dos aldeados receberam as duas doses da vacina contra a Covid, segundo levantamento da Repórter Brasil com base no monitor de vacinação indígena, que traz os dados da população adulta, e no mais recente informe epidemiológico da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que informa sobre a imunização dos adolescentes, ambos do Ministério da Saúde. Não há dados sobre doses de reforço. 

Para se ter uma ideia, o Ceará vacinou 74% com duas doses, São Paulo vacinou 81%, Distrito Federal, 78%, Espírito Santo, 75%, Paraíba, 76%, Piauí 77%. Ou seja, foi graças aos esforços de governadores e prefeitos que a vacinação avançou no Brasil. Se dependesse exclusivamente do governo federal, a tragédia seria maior do que os 616 mil mortos.

“O baixo ritmo de imunização dos indígenas deve-se às fake news, à influência de igrejas evangélicas nas TIs e ao discurso antivacina do presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com lideranças, organizações indígenas e especialistas em saúde pública. Além disso, eles apontam a incapacidade do Ministério da Saúde em barrar essa onda negacionista e sua lentidão com a vacinação dos adolescentes indígenas, iniciada com quatro meses de atraso”, relata a reportagem. (veja mais AQUI)