O dinheiro que o caminhoneiro, o empresário, o trabalhador, o taxista ou qualquer brasileiro for pagar somente em dezembro para abastecer o veículo já vai estar no bolso do acionista da Petrobras. Ou seja, a “administração” Bolsonaro da Petrobras já liberou aos acionistas o dinheiro que o brasileiro ainda nem gastou no posto de combustível.

(foto tania rego – ag brasil)

A direção da Petrobras ‘pró-mercado’ aprovou o pagamento de antecipação da remuneração aos acionistas relativo ao exercício de 2021. A empresa estatal vai dar R$ 31,8 bilhões aos acionistas de forma antecipada. Esse valor se soma aos R$ 31,6 bilhões anunciados em agosto, totalizando R$ 63,4 bilhões em antecipação aos acionistas relativa ao exercício de 2021. A empresa fez uma previsão de receita e já deu o dinheiro dos acionistas, sem mesmo receber.

A atual política de preços da Petrobras completou cinco anos neste mês de outubro, com um recorde histórico no valor real da gasolina. A atual política de preço foi implantada logo após o golpe parlamentar de 2016, que retirou Dilma Rousseff (PT). Na semana passada, o litro do combustível custava em média R$ 6,36, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), ultrapassando o pico anterior, de R$ 6,25, registrado em fevereiro de 2003.

A mudança fez com que todos os brasileiros pagassem caro para que seja transferido maior lucro aos acionistas da Petrobras. Até o golpe de 2016, os acionistas também recebiam seus lucros, mas um lucro menor porque o governo do PT mantinha uma política de preços que levava em conta os custos de produção e não exclusivamente os interesses dos acionistas.

Como beneficiar os acionistas e prejudicar a população

O PPI se baseia nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustíveis, criando preços fictícios para o consumidor brasileiro. Dessa forma, a variação do dólar e do barril de petróleo tem influência direta no cálculo dos combustíveis.
É por conta desse modelo de precificação que a gasolina, o diesel e o gás de cozinha vêm sofrendo aumentos consecutivos. Só neste ano, nas refinarias da Petrobras, o diesel aumentou 13 vezes, a gasolina 12 e o gás de cozinha, oito. De janeiro a outubro, o diesel subiu 65,3%, a gasolina acumula alta de 73,4% e o custo do gás de cozinha cresceu 48%.

“A disparada no preço dos combustíveis é um dos fatores que mais pesam na inflação, que, nos últimos 12 meses, já passou de 10%. No último resultado do IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, os combustíveis veiculares e os combustíveis domésticos, principalmente o gás de cozinha, foram os dois itens que tiveram maiores aumentos dentre todos os que compõem o indicador, de 42,02% e 33,03%, respectivamente”, destacou o economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e do OSP. (Com informações de divulgação e da Agência Brasil)