Em São Paulo – Poderá ser vista a partir do dia 31 de julho, na Estação Pinacoteca, a exposição “John Graz: idílio tropical e moderno”. A exposição, com aproximadamente 155 itens, revisita a trajetória de John Graz, um dos mais importantes nomes do modernismo no Brasil, com foco em sua atuação como artista visual e a dedicação de seus trabalhos à temática indígena, a fauna, flora, história e cultura popular brasileiras.

Tendo como núcleo central um conjunto expressivo de obras proveniente da doação realizada pelo Instituto Graz à Pinacoteca, a seleção dos trabalhos ainda inclui empréstimos de outras instituições e coleções privadas. A curadoria é de Fernanda Pitta, curadora sênior, e Thierry Freitas, assistente curatorial do museu. A programação acontece no ano que antecede o centenário da Semana de Arte Moderna, que teve Graz como um dos participantes.

John Graz, Sem título, 1932 (Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, doação do Instituto John Graz – em processo)

“John Graz: idílio tropical e moderno” reflete a visão particular do artista suíço sobre o Brasil, onde viveu a partir de 1920, após alguns anos de formação multidisciplinar na Europa que incluiu cursos de desenho, decoração, arquitetura e artes plásticas. A curadoria ressalta a dedicação de Graz à criação de um imaginário moderno e tropical, a partir de suas pinturas, desenhos e estudos, refletindo também sobre a multiplicidade e versatilidade do artista. Nessas obras aparecem representações de indígenas, imagens da natureza, festividades como o carnaval e festas gaúchas, trabalhadores brasileiros como os jangadeiros, além de narrativas históricas, como as que retratam a invasão portuguesa no Brasil.

Sobre a temática indígena, que compõe um dos maiores núcleos da mostra, a curadora Fernanda Pitta pontua: “Ainda que não seja possível precisar o que despertou o interesse de Graz pela temática indígena, podemos perceber que as representações são marcadas por uma concepção romantizada do tema, assim como uma forte relação com uma certa ideia de forma ‘primitiva’, sintética e quase abstrata, explorada por artistas das vanguardas, refletida no alongamento das figuras, nas extremidades ora pontiagudas, ora compactas, de seres humanos, animais e plantas”.

A organização expositiva das obras segue núcleos temáticos relacionados aos principais assuntos trabalhados pelo artista em sua produção: Arcádia; Temática Indígena; Natureza brasileira, História e cultura popular; indigenismo e abstração e design. Tudo pode ser visto no segundo andar da Estação Pinacoteca.

Ainda que o foco seja a produção visual, a exposição exibe mobiliários que demonstram o interesse de Graz pela criação de um design moderno e brasileiro, além de estudos de arquitetura, decoração e fotos dos ambientes que o artista idealizou. Graz projetou espaços residenciais em São Paulo, abrangendo desde a criação de pequenos objetos, como luminárias, à ornamentação de salas de jantar e jardins. Antes do fascínio pela temática brasileira, muitos desses locais tinham afrescos assinados pelo artista com temáticas pastoris, com cenas de caçadas e musas, como poderá ser visto em algumas fotografias expostas.

John Graz em seu ateliê em Genebra, Suíça, 1918 (Coleção de Annie Graz, São Paulo)

Catálogo

A exposição “John Graz: idílio tropical e moderno” conta com um catálogo de 80 páginas com texto crítico dos curadores Fernanda Pitta e Thierry Freitas, um ensaio do professor e pesquisador Horacio Ramos e uma cronologia completa do artista elaborada por Daniel Ribeiro e Gabriela Gotoda. A publicação é bilíngue português-inglês e estará disponível na loja do museu.

John Graz, Sem título, 1935 (Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, doação do Instituto John Graz – em processo)

John Graz: idílio tropical e moderno

Curadoria de Fernanda Pitta e Thierry Freitas

De 31.07.21 a 31.01.22

Estação Pinacoteca – Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia

De quarta a segunda, das 10h às 18h
Ingresso Gratuito, mas a entrada só é permitida com a reserva pelo site www.pinacoteca.org.br

Visitantes: o visitante tem na entrada a sua temperatura aferida e deverá usar máscara em todos os espaços e durante toda a visita. Os espaços têm álcool gel para higienização das mãos.

(Carta Campinas com informações de divulgação)