Uma transação milionária e prejudicial ao Brasil teve a participação direta do presidente Bolsonaro. Veja abaixo o vídeo do comentário do jornalista Bernardo Mello Franco. Segundo reportagem do Poder360, que recapitula o caso, há um acúmulo de indícios de que houve não um negócio, mas uma negociata entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos com a participação de Bolsonaro. Foi a única vacina em que houve um intermediário na negociação.

(foto wikipedia)

Apesar de ser contra a vacinação e dizer que não iria se vacinar, Bolsonaro interferiu diretamente neste caso. “O próprio Bolsonaro escreveu uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, informando que o Brasil incluiria a Covaxin no seu programa de vacinação; o presidente não fez isso com nenhum outro político ou fabricante de vacina. Enquanto a Pfizer esperou 148 dias até assinar o contrato, o intermediário da Covaxin, viu o seu pleito atendido em 97 dias. Finalmente, um funcionário do Ministério da Saúde relatou à procuradoria que sofreu pressão de seus superiores para acelerar a importação da Covaxin”, anota o texto. As suspeitas são tão fortes que o Ministério Público Federal, que investigava o caso do ponto de vista administrativo, também passou a apurar o negócio do ponto de vista criminal a partir desta 3ª feira (22.jun.2021).

Ainda segundo as novas revelações do deputado Luís Miranda (DEM), Bolsonaro foi avisado. Miranda teria relatado o esquema para Bolsonaro, em um encontro em 20 de março. Miranda revelou conversas com o assessor do Planalto que começaram no dia 20 de março – na mesma data Luis Miranda se encontrou com o presidente. “Dois dias depois, Miranda encaminha um documento e um áudio ao assessor e cobra respostas. “Pelo amor de Deus, isso é muito sério”, escreve. Ele ainda pede um posicionamento do presidente para que seu irmão saiba como agir. “Meu irmão quer saber do PR [presidente] como agir.”, diz texto da CNN. Não há informação de que Bolsonaro tomou alguma atitude diante da denúncia de corrupção. Nos dias seguintes, Bolsonaro não deu mais resposta ao deputado que mandou novas mensagens para o assessor. Numa dessas, pergunta: “o PR está chateado comigo, algo o que eu fiz?”