A incidência de Covid-19 em jogadores de futebol no Brasil é a mais alta do mundo, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). O levantamento teve acesso aos teste de Covid-19 dos atletas da Federação Paulista de Futebol durante a temporada de 2020.

(Foto: Cesar Greco- Palmeiras – fp)

Os pesquisadores constataram que a contaminação atingiu 11,7%, um índice equivalente ao de profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia.

“É uma taxa de ataque bem superior à observada em outros países. Na liga dinamarquesa de futebol, por exemplo, foram quatro resultados positivos entre 748 atletas testados [0,5%]. Na Bundesliga [da Alemanha], foram oito casos entre 1.702 jogadores[0,6%]. Mesmo no Catar, onde há um risco moderado de transmissão comunitária, o número foi menor do que o nosso: 24 positivos entre 549 avaliados [4%]. Comparados aos outros casos de que se tem registro, portanto, nossos jogadores se infectaram entre três e 24 vezes mais”, afirmou o professor da Faculdade de Medicina da USP, Bruno Gualano, em reportagem de Karina Toledo para a Agência Fapesp.

Os pesquisadores analisaram quase 30 mil testes de RT-PCR aplicados em 4.269 atletas ao longo de oito torneios, sendo seis masculinos (Taça Paulista, Sub-23, Sub-20 e as três divisões do Campeonato Paulista) e dois femininos (Campeonato Paulista e Sub-17).

Para o professor, esse é um dado que preocupa. “Embora nossos dados sinalizem que os atletas tendem a desenvolver apenas sintomas leves ou mesmo serem assintomáticos, eles podem atuar como vetor de transmissão para a comunidade. Em geral, são indivíduos com uma vida social muito ativa”, afirmou. (veja texto completo AQUI)