(imagem gerd altmann – pl)
.Por Eduardo de Paula Barreto.

As panelas se derreteram
As camisas viraram trapos
As bandeiras se esconderam
Atrás dos seus mastros
E os indignados gritos
Foram todos engolidos
Pelas gargantas secas
Que agora em segredo
Sussurram que têm medo
Das escolhas feitas.
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E em meio à desgraça
Surge a pandemia
Que coloca máscaras
Nas tristes fisionomias
Das pessoas que choram
E caladas imploram
Por afeições tangíveis
Mas que são proibidas
Porque abraço e vida
Tornaram-se incompatíveis.
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Com vacina combatemos a doença
Mas contra a decepção
Que dói na consciência
A vacina está na disposição
De voltarmos às ruas, vielas
Varandas e janelas
Para exigirmos a remoção
Do vírus que tem matado
Como já havia antecipado
Ao fazer arminha com a mão.
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13/01/2021




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