O debate e a censura

.Por Marcelo Mattos.

Como disse o grande jornalista, escritor Millôr Fernandes, “A Opinião Pública é aquilo que se publica”. Nada a estranhar quando falamos da parcialidade, da maneira como a chamada grande mídia exerce a sua preferência ideológica, a escolha de alvos, a seletividade das denúncias que ganham manchetes e dutos holográficos.

(foto de vídeo – reprodução)

O monopólio das comunicações no Brasil é escandaloso, com certo mecanismo de funcionamento destas mídias que impedem a livre circulação de informação e a diversidade de enfoques jornalísticos. Sem esta não há a produção de conhecimento e tampouco informação.

Esta introdução direciona a discussão para a interrupção abrupta, sem justificativa do último debate de candidatos a prefeito de Santos, sábado 31/10, pela VTV, emissora (que retransmite o SBT), que o realizava.

A alegação apresentada empresa de comunicação foi um misto de bizarrice e bazófia com o lacônico “mudança nas nossas grades”, impedindo, pela sua autocensura, dos dois últimos blocos do debate em andamento. Mais que isso, interferiu no evento político com ardil e farsa vária no momento em que o candidato pinçado pelo atual governo santista sofria inúmeras denúncias.  

A concessão pública gerenciada pela emissora (ofertada a um ex-deputado federal elitista e conservador, como de costume) causou inúmeros protestos e indignação à população de Santos, que esperava exercitar livremente a sua cidadania no pleito eleitoral sem mordaças e com o democrático espírito público com o exercício pleno de uma imprensa isenta e imparcial.