A programação da série Dança #EmCasaComSesc, realizada pelo Sesc São Paulo, que traz coreografias inéditas ou adaptadas dos principais artistas da dança brasileira, está em nova fase, com a transmissão de espetáculos direto das unidades do Sesc na capital paulista, sem a presença de público no local e seguindo todos os protocolos de segurança. As apresentações são intercaladas com as lives realizadas na casa dos artistas ou em espaços culturais onde fazem residências artísticas ou ensaios. A série permanece às terças e quintas, às 21h, e pode ser acompanhada pelo YouTube do Sesc São Paulo e pelo Instagram Sesc ao Vivo.

Fandango a Céu Aberto (Foto: Willian Menani)

Com esta mudança, o Sesc São Paulo passa a acolher apresentações com formações maiores, que contarão com os recursos do palco, permitindo que os trabalhos possam ser executados na íntegra ou bem próximos da versão original. O formato híbrido, com a manutenção das performances que acontecem no ambiente domiciliar, possibilita que a série continue a oferecer encontros com artistas de outros estados ou em condições de maior vulnerabilidade ao coronavírus. Ao mesmo tempo, ao abrir a possibilidade de se realizar as apresentações nos palcos das unidades do Sesc, dá-se oportunidade a mais profissionais para realizarem seu trabalho, ajudando a estimular o setor cultural.

Na terça-feira (24/11), a coreógrafa e intérprete Cristina Moura apresenta o espetáculo “MASCARADO – Ägô pra falar, Ägô pra dançar, Ägô pra existir”, direto de sua casa, no Rio de Janeiro (RJ). A obra parte de inquietações da artista. Uma conversa em movimento, um compartilhamento em linguagem audiovisual para fazer contato, estar perto, estar em estado de criação e explorar no corpo e na imagem possíveis relações da cena com acontecimentos e questões do mundo hoje – e suas reverberações em um mundo interior. Visitando materiais de seu solo “Ägô” (2019), que servem de fonte para esta criação, Cristina faz uma dança de ancestralidade e contemporaneidade, de beleza e feiura, de fragilidade e força, de sentidos e insensatez. A obra evoca seres, festeja, multiplica, reza, comunica, lembra, inventa, renova, pergunta, provoca, grita, corre e sussurra em extratos de textos diversos combinados com seus movimentos e sua dança. Classificação: 14 anos.

Quinta-feira (26/11), é a vez Cia. Oito Nova Dança apresentar, do Sesc Avenida Paulista, o espetáculo “Fandango a Céu Aberto”. O trabalho, com direção de Lu Favoreto (também uma de suas intérpretes-criadoras) propõe uma releitura para a memória de um povo, o fandango caiçara, e expõe o trânsito entre tradição cultural e arte contemporânea, fazendo a aproximação de ambas no espaço cênico e urbano. A montagem acolhe aspectos do fandango original. O gênero musical e coreográfico, muito associado ao modo de vida da população caiçara do litoral do Paraná e São Paulo, possui estrutura complexa. Envolve diversas formas de execução de instrumentos musicais, melodias, versos e coreografias, como o bailado, o batido e a noção de mutirão e celebração coletiva, que transformam, recriam e atualizam esta manifestação, ao mesmo tempo em que estabelece a relação entre arte, memória e sociedade. Fandango a Céu Aberto provoca o público a dançar e a se sentir num grande baile, mesmo à distância. Um fandango atravessado por corpos, tempos e espaços. Com os intérpretes-criadores Anderson Gouvêa, Camila Venturelli, Fabrício Licursi, Fernanda Gusso, Lu Favoreto e Raoni Garcia e os músicos Andrea Drigo, Alício Amaral e Pipo Pegoraro. Classificação: 14 anos

(Carta Campinas com informações de divulgação)