A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, anuncia a realização de sua Temporada 2020 em formato digital, com transmissão online, ao vivo, direto do Teatro Sérgio Cardoso. Serão três noites com três programas distintos, que vão ao ar nos dias 10, 17 e 24 de setembro, sempre às 20h, em exibição única, nas redes sociais da Companhia e na plataforma #CulturaEmCasa.

Cenas de Só Tinha de Ser com Você, de Henrique Rodovalho. Fotos: Wilian Aguiar
e Yoshi Suzuki

A Temporada da SPCD foi reformulada à luz das mudanças sociais provocadas pelo enfrentamento ao Covid-19. Obras que estavam originalmente previstas deram lugar a outras adaptadas à atual necessidade de distanciamento social, levando em consideração os protocolos sanitários vigentes e o convívio pessoal entre os bailarinos. O que prevaleceu foi a criatividade latente tanto dos artistas da casa quanto dos convidados, expostos ao desafio de explorar novos modos de se fazer dança, fazendo jus ao nome da Temporada 2020, batizada ainda no final do ano passado como “Permanência e Inovação”.

É o caso do americano Stephen Shropshire, que assina para a SPCD o work in progress Rococo Variations, sua estreia no repertório da Companhia. Toda a concepção e construção da obra (coreografia, figurinos, iluminação, entre outros aspectos) aconteceu de modo remoto, em contato virtual entre o criador e os artistas da Companhia, já que ele não pôde vir ao Brasil. Mesmo separado por milhares de quilômetros dos bailarinos, Stephen coreografou de sua casa durante o isolamento social. Conduzida pela música Variations in a Rococo Theme, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893), a obra propõe uma investigação da relação da dança contemporânea com o virtuosismo da dança clássica a partir de um diálogo direto com a música. “Me pareceu apropriado fazer uso da exuberância dessa música para celebrar o ato de dançar”, afirma Shropshire. Esta primeira apresentação de Rococo Variations apresentará o resultado desse processo. Posteriormente, a obra terá sua estreia oficial. A criação é fruto de uma parceria entre a The Dutch Performing Arts program of the Performing Arts Fund NL (Holanda) e a Associação Pró-Dança/São Paulo Companhia de Dança.

Uma das estreias da SPCD é Só Tinha de Ser com Você, grande sucesso de Henrique Rodovalho criado em 2005 para sua companhia, a Quasar Cia de Dança. Na versão especial assinada pelo coreógrafo goiano para a SPCD, as distâncias entre os bailarinos foram ampliadas e as relações entre eles se constroem a partir de gestos e olhares, sem contatos físicos. A obra traz uma sensível e singular releitura coreográfica de músicas do álbum Elis & Tom (1974), de Elis Regina (1945-1982) e Tom Jobim (1927-1994), um clássico da música brasileira. “A coreografia está acompanhando o contexto atual, ela não está indiferente. E ouvir essas músicas traz também um certo conforto, um respiro para esse momento pelo qual nós estamos passando”, comenta Henrique.

Em sua estreia na Temporada 2020 da SPCD, no Teatro Sérgio Cardoso, Aparições,de Ana Catarina Vieira, reúne em seu elenco bailarinos que já convivem entre si para além da sala de ensaio. Esta primeira criação da coreógrafa para a Companhia é inspirada nas obras de Candido Portinari (1903-1962), César Guerra-Peixe (1914-1993) e nas danças populares do nordeste do Brasil. A obra evoca imagens do Brasil de maneira poética e com muita liberdade criativa.

Outras cinco obras inéditas que integram a Temporada 2020 partiram de uma provocação de Inês Bogéa: afinal, como é possível pensar e criar arte mesmo diante do desafio imposto pelo novo arranjo social no qual vivemos? A partir disso, nasceram de solos a criações para conjuntos com número reduzido de intérpretes, todos concebidos à distância por bailarinos e ensaiadores da SPCD, além de coreógrafos e demais artistas convidados.

Com o objetivo de refletir sobre o balé clássico e suas reverberações ainda hoje, foram revisitados trechos das famosas obras GiselleGrand Pas de Quatre La Esmeralda. Assim, nasceram para a Temporada 2020 Grand Pas de Deux de Giselle – 2º ato, assinado por Lars Van Cauwenbergh, inspirado livremente na obra de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854); Esmeralda, criado por Duda Braz e inspirado na obra de Marius Petipa (1818-1910) a partir do original de Jules Perrot (1810-1892); e Grand Pas de Quatre de Pugni, criado pelo bailarino Diego de Paula, que pôde experimentar o ofício de coreógrafo a partir do programa de Desenvolvimento de Habilidades Futuras do Artista da Dança, mantido pela SPCD para dar subsídios aos seus bailarinos para uma reconversão profissional.

O streaming da Temporada 2020 também traz novas obras que exploram outras possibilidades da contemporaneidade, como o duo Dualidade e o solo Objeto do Meu Próprio Desejo, assinados respectivamente pela dupla brasileira Mônica Proença e Jonathan dos Santos e o argentino Esdras Hernández. Situados em países diferentes e convidados especialmente para estas criações, os artistas desenvolveram os processos criativos por meio de ferramentas de vídeo online.

A Temporada 2020 da SPCD também contempla obras já presentes no repertório da Companhia, como Grand Pas de Deux de Carnaval em Veneza, de Duda Braz; Instante, de Lucas Lima; A Morte do Cisne, de Lars Van Cauwenbergh; Grand Pas de Deux de Dom Quixote, em remontagem pela SPCD; e trechos de Gnawa La Sylphide, obras originais de Nacho Duato e Mario Galizzi, respectivamente.

“A Temporada 2020 da São Paulo Companhia de Dança se adapta às questões sociais e sanitárias provocadas pela Covid-19. O repertório contempla obras criadas especialmente para este momento, respeitando o distanciamento e o convívio pessoal dos bailarinos, o que permite um certo grau de contato físico. Os três trabalhos de grupo – Rococo Variations, de Stephen Shropshire; Só Tinha de Ser com Você, de Henrique Rodovalho; e Aparições, de Ana Catarina Vieira – foram criados ou adaptados seguindo essas recomendações. E a participação dos bailarinos na escolha do repertório foi fundamental para que cada um se sentisse à vontade para este retorno aos palcos, que será transmitido de forma gratuita no meio digital, uma experiência única que promete levar a experiência das temporadas anuais da SPCD a um público ainda mais amplo”, ressalta a diretora artística e executiva da São Paulo Companhia de Dança, Inês Bogéa.

“É importante destacar que a reabertura do Teatro Sérgio Cardoso, que completa 40 anos em outubro, e a estreia da Temporada 2020 da São Paulo Companhia de Dança se adaptam às questões sanitárias provocadas pela pandemia. E a transmissão no formato digital amplifica a difusão cultural, rompendo as barreiras geográficas e disponibilizando conteúdos que podem ser acessíveis onde o cidadão estiver”, afirma Danielle Barreto Nigromonte, diretora executiva da Amigos da Arte, responsável pela gestão do Teatro Sérgio Cardoso e da plataforma #CulturaEmCasa.

As exibições acontecem no canal da Companhia no YouTube (São Paulo Companhia de Dança) e no Facebook (@spciadedanca) e também na plataforma #CulturaEmCasa (www.culturaemcasa.com.br), que já soma mais de 1,5 milhão de acessos desde o seu lançamento, em abril. Pelo Instagram (@saopaulociadedanca) e o Twitter (@spciadedanca), o público vai poder conferir ainda os bastidores do evento ao vivo.

São Paulo Companhia de Dança | Temporada 2020

Transmissão ao vivo nos dias 10, 17 e 24 de setembro, às 20h, nos perfis da Companhia no YouTube (São Paulo Companhia de Dança) e no Facebook (@spciadedanca) e também na plataforma #CulturaEmCasa (www.culturaemcasa.com.br).  

Programa 1

Grand Pas de Deux de Giselle – 2º ato, de Lars Van Cauwenbergh | Grand Pas de Deux de Carnaval em Veneza, de Duda Braz | Grand Pas de Deux de Dom Quixote, em remontagem pela SPCD | A Morte do Cisne, de Lars Van Cauwenbergh | Rococo Variations (work in progress), de Stephen Shropshire

Dia 10 de setembro | quinta-feira | às 20h

Programa 2

Pas de Deux de Gnawa, de Nacho Duato | Dualidade, de Mônica Proença e Jonathan dos Santos | Objeto do Meu Próprio Desejo, de Esdras Hernández Villar| Instante, de Lucas Lima | Só Tinha de Ser com Você, de Henrique Rodovalho

Dia 17 de setembro | quinta-feira | às 20h

Programa 3

Grand Pas de Quatre de Pugni, de Diego de Paula | Pas de Deux de La Sylphide, de Mario Galizzi | Esmeralda, de Duda Braz | Aparições, de Ana Catarina Vieira

Dia 24 de setembro | quinta-feira | às 20h

Ficha técnica das obras

Programa de 10 de setembro

Grand Pas de Deux de Giselle – 2º ato (2020- estreia)

Coreografia: Lars Van Cauwenbergh, inspirado livremente na obra de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854)

Música: Adolphe Charles Adams (1803-1856)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Marilda Fontes

Elenco: Renata Peraso e Vinícius Vieira

Este marco do balé romântico apresenta a relação entre aldeã Giselle e Albrecht, um nobre disfarçado de camponês. Após ser traída por ele, a jovem, que tem o coração frágil, morre. Tomado pelo remorso, o príncipe visita o túmulo de Giselle, mas é atacado pelas Willis. Elas são espíritos de moças mortas antes do casamento devotadas a fazer os homens que ali aparecem a dançarem até seu próprio fim. Neste grand pas de deux assinado por Lars Van Cauwenbergh, vemos Giselle – agora também uma Willi – em uma tentativa de proteger seu amado. O tom de despedida domina toda a cena: Giselle está pronta para perdoar Albrecht e deixá-lo partir em paz.

Grand Pas de Deux de Carnaval em Veneza (2020)

Coreografia: Duda Braz, a partir de Carnival de Venise (1859) de Marius Petipa (1818-1910)

Música: Cesare Pugni (1802-1870)

Iluminação: Nicolas Marchi

Figurino: Marilda Fontes

Elenco: Marina Peña e Alan Marques

Criada originalmente sob inspiração de temas da peça Carnavale di Venezia (Op. 10), de Niccolò Paganini, essa obra integra o repertório clássico de grandes companhias. O Grand Pas de Deux de Carnaval em Veneza traz para a cena um duo clássico vibrante e virtuoso, que remete aos bailes de máscaras da Europa do século XVII. 

Grand Pas de Deux de Dom Quixote (1869)

Coreografia: Remontagem pela SPCD a partir do original de 1869 de Marius Petipa (1818-1910)

Música: Leon Minkus (1826-1917)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Tânia Agra

Elenco: Luciana Davi e Geivison Moreira

O Grand Pas de Deux de Dom Quixote apresenta o momento do casamento de Kitri e Basílio, personagens principais dessa obra. Coreografado por Marius Petipa, o balé Dom Quixote é baseado num capítulo da famosa obra de Miguel de Cervantes que narra as aventuras do barbeiro Basílio e seu amor por Kitri, a filha do taberneiro.

A Morte do Cisne (2019)

Coreografia: Lars Van Cauwenbergh, inspirado na obra de Michel Fokine (1880-1942)

MúsicaO Cisne, extrato do Carnaval dos Animais (1866), de Camille Saint-Saëns (1835-1921)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Marilda Fontes

Elenco: Luiza Yuk

O balé criado em 1907 por Fokine para Anna Pavlova é um solo emocionante, que dialoga com as sonoridades da harpa e do violoncelo, inspirado no poema de Alfred Tennyson (1809-1892) e nos movimentos dos cisnes em seus últimos instantes de vida. Esse solo é interpretado por grandes estrelas da dança e ganha novos acentos e dinâmicas no corpo de uma bailarina da São Paulo Companhia de Dança.

Rococo Variations (work in progress)*

Coreografia e iluminação: Stephen Shropshire

MúsicaVariations on a Rococo Theme, de Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893)

Figurino: Stephen Shropshire

Elenco: Alan Marques,Ana Roberta Teixeira, Carolina Pegurelli, Poliana Souza, Mateus Rocha, Hiago Castro, Vinícius Vieira, Yoshi Suzuki

Stephen Shropshire faz sua estreia no repertório da São Paulo Companhia de Dança com Rococo Variations, obra conduzida pela música Variations in a Rococo Theme, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893). Na criação, ele propõe uma investigação da relação da dança contemporânea com o virtuosismo da dança clássica a partir de um diálogo direto com a música. A obra será apresentada inicialmente em formato de work in progress e, posteriormente, terá sua estreia oficial. Rococo Variations é fruto de uma parceria entre a The Dutch Performing Arts program of the Performing Arts Fund NL (Holanda) e a Associação Pró-Dança/São Paulo Companhia de Dança.

Programa de 17 de setembro

Pas de Deux de Gnawa (2009)

Coreografia: Nacho Duato

Música: Hassan Hakmoun, Adam Rudolph, Juan Alberto Arteche, Javier Paxariño, Rabih Abou-Khalil, Velez, Kusur e Sarkissian

Iluminação: Nicolás Fischtel

Figurino: Luis Devota e Modesto Lomba

Remontagem: Hilde Koch e Tony Fabre (1964-2013)

Organização e produção original: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Espanha)

Elenco: Daniel Reca e Michelle Molina

Gnawa é uma peça que utiliza os quatro elementos fundamentais – água, terra, fogo e ar – para tratar da relação do ser humano com o universo. A obra apresenta o reiterado interesse de Nacho Duato pela gravidade e pelo uso do solo na constituição de sua dança. Os gnawas são uma confraria mística adepta ao islamismo, descendentes de ex-escravos e comerciantes do Sul e do Centro da África que se instalaram ao longo dos séculos no norte daquele continente. Seguindo os protocolos de distanciamento social, será apresentado um pas de deux da obra com bailarinos que mantêm convívio pessoal fora da sala de ensaio.

Dualidade (2020 – estreia)

Coreografia: Mônica Proença e Jonathan dos Santos

MúsicaLingering Darkness, deLogan Jones, interpretado por Adriana Holtz (violoncelo), com direção musical de Ricardo Bologna

Iluminação: Nicolas Marchi

Figurino: Yuk Dancewear

Elenco: Letícia Forattini e Luiza Yuk

Dois coreógrafos, duas intérpretes, duas linguagens dentro de uma mesma dança. A obra conecta artistas presentes em três diferentes países – Alemanha, Canadá e Brasil –, em um diálogo entre as linguagens da dança clássica e contemporânea.

Objeto do Meu Próprio Desejo (2020 – estreia)

Coreografia e música: Esdras Hernández Villar

Iluminação: Nicolas Marchi

Figurino: Edmeia Evaristo

Elenco: Daniel Reca

A obra é um convite a um mergulho no pensamento de um dos maiores bailarinos e coreógrafos do século XX, o russo Vaslav Nijinsky (1889-1950). O trabalho visa fazer uma releitura das criações desse artista, em especial do momento anterior a seu confinamento devido à esquizofrenia. Os fantasmas de seu passado artístico vêm visitá-lo uma última vez para lembrá-lo de quem ele foi e avisá-lo quem ele será na história.

Instante (2017)

Coreografia: Lucas Lima

MúsicaOn the Nature of Daylight, de Max Richter

Iluminação: Nicolas Marchi

Figurino: Fábio Namatame

Elenco: Luan Barcelos e Poliana Souza

Instante é uma criação de Lucas Lima para o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros e tem como ponto de partida a música de Max Richter, que ganhou novas dinâmicas no movimento dos bailarinos da São Paulo Companhia de Dança. Segundo o coreógrafo, a obra trata de “um instante para se encontrar, e outro para se perder. Um instante para decidir, para seguir, para voltar, para se arrepender”. É uma coreografia que introduz novos impulsos e dinâmicas nos movimentos do balé, dialogando com a contemporaneidade.

Só Tinha de Ser com Você (2020 – estreia) *

Coreografia e iluminação: Henrique Rodovalho

Música: Excertos do álbum Elis & Tom, de Elis Regina (1945-1982) e Antonio Carlos Jobim (1927-1994)

Figurino: Cássio Brasil

Cenografia: Letycia Rossi

Assistente de Coreografia: Vivian Navega

Elenco: Ammanda Rosa, Ana Roberta Teixeira, Artemis Bastos, Letícia Forattini, Renata Peraso, Thamiris Prata, Geivison Moreira, Joca Antunes, Luan Barcelos, Nielson Souza, Otávio Portela, Yoshi Suzuki

“Esta primeira remontagem de um espetáculo da Quasar Cia de Dança só tinha que ser com a SPCD. Uma sensível e singular releitura coreográfica do álbum Elis & Tom, clássico da música brasileira. É um belo encontro do estilo Quasar/Rodovalho de dançar com todo o aprimoramento técnico da São Paulo Companhia de Dança, comenta Rodovalho.

Programa de 24 de setembro

Grand Pas de Quatre de Pugni (2020 – estreia)

Coreografia: Diego de Paula, inspirado livremente na obra de 1854 de Jules Perrot (1810-1892)

Música: Cesare Pugni (1802-1870)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Acervo SPCD

Elenco: Ana Roberta Teixeira, Luiza Yuk, Marina Peña, Thamiris Prata

Grand Pas de Quatre foi criado originalmente no século XIX para reunir, em um mesmo palco, as quatro principais bailarinas do período romântico, enaltecendo suas características artísticas individuais, apresentadas ora em variações, ora em conjunto. A versão criada por Diego de Paula – bailarino da SPCD que integra o Programa de Desenvolvimento das Habilidades Futuras do Artista da Dança como coreógrafo – posiciona as bailarinas em focos separados de luz e desenha formações pelo palco que lembram camafeus, destacando a delicadeza da obra.

Pas de Deux de La Sylphide (2014)

Coreografia: Mario Galizzi, a partir do original de 1836 de August Bournonville (1805-1879)

MúsicaLa Sylphide, de Herman Severin Lovenskiold (1815-1870)

Iluminação: José Luis Fiorruccio

Figurino: Beth Filipecki (James), Marilda Fontes (Sylphide)

Elenco: Carolina Pegureli, Yoshi Suzuki

La Sylphide, um conto de fadas para todas as idades, é um marco do balé romântico no qual a dupla aparição feminina – sensual e etérea – simboliza a dualidade do corpo e do espírito. A obra é dividida em dois atos: no primeiro vemos a cena dos preparativos para a festa de casamento de James e Effie, e os encontros e desencontros do amor; no segundo encontramos um mundo imaginário permeado de personagens fantásticos como sylphides – seres alados da floresta – e bruxas. Seguindo os protocolos de distanciamento social, será apresentado apenas um pas de deux da obra.

Esmeralda (2020 – estreia)

Coreografia: Duda Braz, inspirada na obra de Marius Petipa (1818-1910) a partir do original de Jules Perrot (1810-1892)

Música: Cesare Pugni (1802-1870)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Marilda Fontes

Elenco: Artemis Bastos, Poliana Souza, Diego de Paula

Esmeralda é um balé inspirado no livro Notre-Dame de Paris (também conhecido como O Corcunda de Notre Dame), escrito em 1831 por Victor Hugo (1802-1885). A obra foi apresentada pela primeira vez em 1844 por Jules Perrot (1810-1892) e, em 1886, Marius Petipa (1818-1910) a revisitou e incluiu novos elementos. Esmeralda conta a história de uma cigana que se apaixona por Phoebus, um oficial da guarda francesa, na Paris do século XV. Entre as dificuldades do casal apaixonado em viver esse amor, estão a noiva do oficial, uma jovem da alta sociedade, e a obsessão pela cigana do homem mais poderoso da Paris. A criação da SPCD contempla um grand pas de deux da obra original, onde Esmeralda e Phoebus comemoram a liberdade e possibilidade de viver o amor, e variações assinadas por Petipa com movimentos cheios de energia e vivacidade.

Aparições (2020)*

Coreografia: Ana Catarina Vieira

MúsicaSuíte Sinfônica nº 2 Pernambucana (1955) e Ponteado (1955), de César-Guerra Peixe (1914-1993), gravada pela Orquestra Jovem do Estado sob a regência de Cláudio Cruz

Iluminação: Wagner Freire

Figurino e adereços: Marco Lima

Cenografia: Marco Lima, com imagens de quatro desenhos de Candido Portinari (1903-1962): Pipas (1942); Ilha de PaquetáCirco e Desfile de Carnaval (1941), usados nas ilustrações do livro Maria Rosa (1942) de Vera Kelsey (Os direitos de reprodução das obras foram gentilmente cedidos por João Candido Portinari)

Assistente de cenografia e figurino: Cesar Bento

Dramaturgia: Vivien Buckup

Execução de figurinos: Judith Lima (macacões), FCR Produções Artísticas (demais figurinos e adereços)

Elenco: Ana Silva, Beatriz Paulino, Cecília Valadares, Marina Peña, Poliana Souza, Alan Marques, Bruno Veloso, Diego de Paula, João Gabriel Inocêncio, Leonardo Pedro

Primeira criação da coreógrafa contemporânea Ana Catarina Vieira para a São Paulo Companhia de Dança, Aparições é inspirada nas obras de Candido Portinari, César Guerra-Peixe e nas danças populares do nordeste do Brasil. Os figurinos e os elementos cênicos de Marco Lima ampliam o gesto no espaço. E a luz de Wagner Freire dialoga com os diversos elementos e contribui para a dramaturgia da obra. Aparições – nome que remete ao poema homônimo de Portinari –, traz imagens do Brasil de maneira poética e com muita liberdade criativa. Seguindo os protocolos de distanciamento social, o elenco de Aparições é formado por bailarinos que já convivem pessoalmente em seu cotidiano.

(Carta Campinas com informações de divulgação)