O governo Bolsonaro fez o Brasil despencar em índice internacional que monitora a liberdade de acadêmica e de pesquisa em vários países do mundo. Os piores regimes para atividade acadêmica são de países com governos com perfil autoritário e de influência religiosa. Na edição deste ano 2020 do Academic Freedom Index, divulgada em março, mostrou que Brasil e Índia foram os países que apresentaram o maior declínio na área nos últimos cinco anos.

(imagem fsp – pl)

O declínio da liberdade de pesquisa e acadêmica no Brasil chamou a atenção da Scholars At Risk, organização sediada em Nova York. A entidade atende a professores e pesquisadores ameaçados em países em regimes autoritários e de hostilidade aos pesquisadores.

Reportagem da DW Brasil lembra que desde que foi criada, em 1999, a Scholars At Risck recebeu 52 pedidos de apoio de professores brasileiros. Desses, 48 foram recebidos após o início da última campanha presidencial. Foram 32 pedidos de setembro de 2018 a agosto de 2019, e outros 16 de setembro de 2019 a agosto de 2020.

A organização também mantém um banco de dados global de casos de ameaças à liberdade acadêmica.

Clare Robinson, diretora de advocacia da Scholars at Risk, diz que a organização está bastante preocupada com o cenário brasileiro, pois acadêmicos do país continuam a relatar “medo de ataques, incluindo assédio e intimidação, ameaças de prisão e violência, às suas vidas e às suas carreiras”.

A escalada nas ameaças também levou o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) a criar, em março de 2018, uma comissão para acompanhar casos de criminalização e perseguição política a professores. O órgão oferece assessoria jurídica e apoio político aos acadêmicos afetados. (Veja reportagem completa AQui)