Preso na manhã desta sexta-feira (28) pela Polícia Federal, o pastor evangélico Everaldo Dias Pereira, presidente do PSC (Partido Social Cristão), é o comandante de um dos eixos da organização criminosa montada no governo Wilson Witzel no Rio de Janeiro, segundo investigações do Ministério Público.
Esse é mais um caso envolvendo crimes cometidas por lideranças evangélicas. Há apenas 4 dias, a Polícia Civil, também no Rio, concluiu que a deputada federal Flordelis evangélica (PSD-RJ) foi a mandante da morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo . Ela foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
Os outros dois comandantes da organização criminosa seriam o empresário Mário Peixoto – que já está preso – e pelo empresário da área de ensino José Carlos de Melo, pró-reitor administrativo da Universidade Iguaçu (Unig). Peixoto seria o elo entre os esquemas nos governos Witzel e Sérgio Cabral.
Além do envolvimento da primeira-dama, a investigação destaca como principais operadores, ligando Witzel ao esquema de desvios, o advogado e ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão e o médico e ex-prefeito de Volta Redonda Gothardo Lopes Neto, apontado como o braço-direito do governador.
Wilson e Helena Witzel, o pastor Everaldo, Lucas Tristão, Gothardo e outros envolvidos foram denunciados no STJ por corrupção e lavagem de dinheiro.
“Como se vê, é exatamente o mesmo grupo criminoso que está sob investigação. A diferença é que, limitado pelo foro constitucionalmente deferido aos governadores, o Ministério Público do Rio de Janeiro não quebrou os sigilos, não realizou busca e apreensão e não teve acesso a elementos de prova que claramente colocam Wilson José Witzel no vértice da pirâmide, atraindo, sem nenhuma dúvida, a competência do STJ”, diz a decisão da corte. (Da Revista Fórum e Carta Campinas)