Com o objetivo de incentivar a reflexão no atual contexto desafiador, a série Ideias, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), traz a transmissão ao vivo de debates sobre as principais questões que tensionam a agenda sociocultural e educativa atual. Sempre às 16h, as conferências acontecem pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo, com participação do público e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

(Foto: Gérard Giaume)

Na terça-feira, 18, acontece o debate de Lançamento da Pesquisa Impactos da COVID-19 para a Economia Criativa. Excepcionalmente às 17h30, o encontro contará com as presenças de Gilberto Gil, um dos nomes mais importantes da música popular brasileira, nomeado “Artista pela Paz”, pela UNESCO, e que foi Ministro da Cultura do Brasil entre 2003-2008; e Danilo Santos de Miranda, filósofo, cientista social, especialista em Ação Cultural e diretor do Sesc São Paulo. Também participam da mesa Paulo Miguez, vice-Reitor da Universidade Federal da Bahia e ex-assessor Especial do Ministro Gilberto Gil e Daniele Canedo, coordenadora do Observatório da Economia Criativa. Juntos, apresentarão os resultados de uma pesquisa realizada pelo Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA), que levantou e analisou dados sobre impactos e percepções de indivíduos e organizações que compõem os setores da economia criativa para subsidiar os debates e ajudar nas ações necessárias de apoio ao setor. Mediação e apresentação de Mariana Fernandes, que integra a equipe de programação do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.

“A área da cultura, ou da economia criativa como empregado na pesquisa, está neste momento enfrentando um grande desafio. Os diversos profissionais que a compõem precisam de apoio para manter sua existência e continuar a produzir criativamente. A pesquisa traz a percepção desses profissionais sobre o impacto da pandemia e tem o mérito de mostrar que as medidas possíveis para auxílio estão no raio de ação do poder público e na capacidade de apoio de instituições culturais que agora realizam atividades online.

No dia seguinte, quarta-feira, o bate-papo Diversidade e Ciência aborda o papel da ciência na manutenção de status quo e políticas afirmativas de reparação ao racismo e as adversidades entre os diferentes grupos sociais. Estarão presentes Jaqueline Goes de Jesus, coordenadora da equipe que sequenciou os primeiros genomas do novo coronavírus no Brasil, João Paulo Barreto, indígena do povo Yepamahsã (Tukano), pesquisador do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI) e fundador do Centro de Medicina Indígena, e Juarez Tadeu de Paula Xavier, assessor da Pró Reitoria de Extensão da UNESP e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Pesquisadores e Comunicadores em Comunicação Popular, Comunitária e Cidadã (ABPCOM). A mediação e apresentação é de Daniel Ramos, que trabalha na programação do Sesc Pinheiros nas áreas de Literatura e Artes Visuais.

Quinta-feira, 20, é dia de debater sobre Educação inclusiva nos meios digitais: como incorporá-la de forma efetiva?. A intensificação do acesso aos conteúdos online durante o período de isolamento social impôs ao campo da comunicação e da educação uma série de desafios, além de novas ideias e soluções para questões como vulnerabilidade socioeconômica e deficiência. O debate traz algumas dessas reflexões com a presença de Eduardo Cardoso, especialista em tradução audiovisual acessível, Fátima Bonifácio, que atua na coordenadoria pedagógica da Divisão de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME), e Mariana Rosa, ativista dos direitos das pessoas com deficiência e autora do livro e do blog “O diário da mãe da Alice”. Na mediação e apresentação, Mayara Farias de Carvalho – animadora cultural no Sesc São Paulo e especialista em educação bilíngue para surdos.

Na programação de sexta-feira, 21, entra em pauta a Pesquisa Idosos no Brasil: 2d. edição – O que mudou nos últimos 14 anos?. No encontro, serão lançados os resultados da segunda edição da Pesquisa Idosos no Brasil: Vivências, Desafios e Expectativas na Terceira Idade, parceria entre o Sesc São Paulo e a Fundação Perseu Abramo. São 14 anos que separam a duas edições e aqui cabem as perguntas: algo mudou? Em caso positivo, o quê? Para responder, estarão na mesa Vilma Bokany, coordenadora do projeto de Pesquisa Idosos no Brasil II, Rachel Moreno, que trabalha com pesquisa, questões de gênero, aulas e palestras, e o ilustrador Edinei Tadeu de Araujo, que atua com comunicação visual e corporativa e desenvolve projetos com soluções criativas que contribuem para a melhor integração, interação e compreensão dos temas abordados. A mediação e apresentação é de Ioná Damiana, assistente técnica da GEPROS (Gerência de Estudos e Programas Sociais do Sesc).

No sábado, o debate Tensionando hierarquias: arte naif e arte contemporânea traz discussões acerca das categorias e sistematização de estilos, escolas e movimentos nas artes visuais, além de interlocuções entre o naïf e o contemporâneo. Participam Ana Avelar, professora de Teoria, Crítica e História da Arte e curadora da Casa Niemeyer – UnB, Renata Felinto, doutora e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP e especialista em Curadoria e Educação em Museus de Arte pelo Museu de Arte Contemporânea da USP, e Ana Magalhães, historiadora da arte, professora livre-docente e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC USP). Na mediação e apresentação, Sabrina da Paixão, pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.

PROGRAMAÇÃO IDEIAS #EMCASACOMSESC

18/8, terça-feira, às 17h30
Lançamento da Pesquisa Impactos da COVID-19 para a Economia Criativa

Em março, no começo da pandemia no Brasil, o Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA) entendeu a necessidade de levantar e analisar dados sobre impactos e percepções de indivíduos e organizações que compõem os setores da economia criativa para subsidiar os debates e ajudar nas ações necessárias de apoio ao setor. Com este objetivo, o OBEC-BA reuniu um grupo interinstitucional de colaboradores e lançou a primeira pesquisa de abrangência nacional que, ao longo de quatro meses, colheu dados de mais de 2,8 mil respondentes de todo Brasil. Os resultados finais da pesquisa serão apresentados nesse debate.

19/8, quarta-feira
Diversidade e Ciência

Bate papo sobre o papel da ciência na manutenção de status quo e políticas afirmativas de reparação ao racismo e as adversidades entre os diferentes grupos sociais, bem como, sobre os benefícios da diversidade na ciência no aumento da abrangência e objetividade do conhecimento científico.

20/8, quinta-feira
Educação inclusiva nos meios digitais: como incorporá-la de forma efetiva?

A intensificação do acesso aos conteúdos on-line durante o período de isolamento social impôs ao campo da comunicação e da educação uma série de desafios, além de novas ideias e soluções.

A oferta educacional nos meios digitais ainda não está ao alcance de todos, e precisa ser planejada para contemplar aqueles em maior vulnerabilidade socioeconômica e com algum tipo de deficiência.

Assim, este encontro refletirá sobre a importância da comunicação acessível como uma efetivação do direito à educação. Esta discussão, incluirá, entre outros assuntos, alternativas de acessibilidade digital que atendam pessoas com e sem deficiência e refletirá sobre as possíveis soluções para as dificuldades encontradas por educadores, pais e alunos neste contexto.

21/8, sexta-feira
Pesquisa Idosos no Brasil: 2d. edição – O que mudou nos últimos 14 anos?

O Sesc São Paulo e a Fundação Perseu Abramo lançam os resultados da segunda edição da Pesquisa Idosos no Brasil: Vivências, Desafios e Expectativas na Terceira Idade.

Em 2020, assim como em 2006 – data da primeira edição – trata-se de iniciativa pioneira, que tem a intenção de investigar o imaginário social brasileiro sobre a velhice, com a possibilidade de subsidiar o debate em torno de políticas públicas (ou sua ausência) para os idosos.

Para o Sesc, os dados também indicam caminhos que deve servir de orientação para que a ação programática da instituição seja alicerçada em conhecimento efetivo da realidade. Além disso, as informações obtidas são amplamente divulgadas para pesquisadores, profissionais das áreas correlatas e interessados na temática do envelhecimento.

A segunda edição de Idosos no Brasil foi realizada no período de janeiro a março de 2020 e entrevistou idosos e não idosos. As duas edições 2006 e 2020 podem ser comparadas e oferecem um recorte no tempo das seguintes informações sobre o envelhecimento: perfil sociodemográfico, identidade e autoimagem do idoso, preocupação com a morte, estatuto do idoso e direitos, educação, saúde, relações familiares e laços afetivos, instituições de longa permanência, violência, desrespeito e maltrato ao idoso, trabalho remunerado e renda e reforma da previdência/aposentadoria.

São 14 anos que separam a duas edições e aqui cabem as perguntas: algo mudou? Em caso positivo, o quê?

Neste lançamento da segunda edição da pesquisa, o Sesc São Paulo compartilha com seu público esses e outros dados encontrados e conta com a participação das especialistas envolvidas em todo o processo e desenvolvimento da pesquisa, além de ilustrador que participa do diálogo criando desenhos e figuras, com objetivo de ampliar a compreensão dos temas abordados.

22/8, sábado
Tensionando hierarquias: arte naif e arte contemporânea

A história das artes visuais tem sido contada por meio de uma sistematização de estilos, escolas e movimentos, conforme o livro basilar de Amy Dempsey de mesmo nome (2002), que vão se ramificando a partir de 1960 de forma a se multiplicarem e se subdividirem. Em 2020, torna-se quase impossível categorizar obras de arte cuja classificação parece hermética. Consideramos também que as culturas ditas de elite ao longa da história foram permeadas pelas ditas culturas populares e vice-versa, e que, apesar de diferenças socioeconômicas, étnico-raciais e sexuais decorrentes de processos históricos de invasão, dominação e opressão, no campo da criação, existe uma retroalimentação, num espelhamento de um grupo em outros, a partir da referência, da adaptação, da subversão e dos modos de fazer e de criar. Portanto, nesse encontro propomos o diálogo sobre as interlocuções entre o naif e o contemporâneo, compreendendo que naif é o contemporâneo e que o contemporâneo pode ser naif, o que rompe e retira de isolamentos produções de determinados grupos.

(Carta Campinas com informações de divulgação)