O ex-assessor e conhecido como ‘faz-tudo’ da família Bolsonaro foi preso na manhã desta quinta-feira, 18 de junho, em Atibaia, cidade do interior paulista (a 57 km de Campinas), numa ação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

(foto polícia civil – div)

Fabrício Queiroz se tornou uma peça importante no esclarecimento dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Isso aconteceu após a revelação de que a mãe e a esposa de Adriano Magalhães da Nobrega, miliciano apontado pelo Ministério Público de estar envolvido no assassinato, foram funcionárias do gabinete de Flávio Bolsonaro. Adriano, que estava foragido na Bahia, foi morto em operação da Polícia. Outros três militares acusados de participação no assassinato estão presos.

 O próprio Fabrício admitiu em janeiro de 2019 que indicou a mãe e a mulher do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, que também é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como chefe de milícia.

De acordo com reportagem do UOL, Queiroz estava recluso em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Flavio. Ontem, Wassef esteve na posse novo ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), junto com Bolsonaro. Em setembro de 2019, Wassef disse em entrevista que não sabia onde estava Queiroz, mas segundo informação da polícia, Queiroz estava há um ano escondido no imóvel de Wassef. (vídeo abaixo)

Queiroz demorou mais de 2 anos para ser localizado. Para se ter uma ideia de comparação, o ex-presidente Lula foi investigado, condenado em primeira e segunda instância num período semelhante ao tempo que a polícia e o MP levaram para localizar Queiroz.

O esquema de Queiroz foi divulgado pela imprensa em dezembro de 2018 e, apesar de todas os indícios de corrupção, Queiroz somente foi localizado dois anos e meio após vir a público.

A operação, que aconteceu em Atibaia e em um imóvel de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, foi chamada de Anjo. Ela investiga se ocorreu um esquema de rachadinha, em que servidores fantasmas da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) devolveriam parte de seus salários ao então deputado Flávio Bolsonaro, que exerceu mandato de 2003 a 2019.

Segundo o Uol, que tentou entrar em contato com os envolvidos mas não obteve resposta, Queiroz foi levado para o Palácio da Polícia, no centro de São Paulo, para procedimentos legais e deve ser transferido ainda hoje para o Rio.

Veja vídeo do advogado: