Dois meses após o jovem Jordy Moura, de 15 anos, ser morto atingido por tiros disparados por um agente da Guarda Municipal de Campinas, a vereadora Mariana Conti (PSOL) questionou por requirimento quais as providências institucionais que são tomadas no âmbito da Secretaria de Segurança Pública e da Guarda Municipal (GM) para coibir a o racismo e a violência dos agentes motivadas pela discriminação racial. A vereadora também questiona se há treinamentos sobre Direitos Humanos e combate ao racismo para os agentes da Guarda.

(foto câmara campinas)

“A Violência Policial contra a população negra é um fator perverso do racismo estrutural que permeia nossa sociedade. Vivemos em um país em que o homem negro recebe 56,1% do salário de um homem branco para a mesma função e que a mulher negra recebe 44,4% do salário de um homem branco na mesma função. Em 2019, 75,5% dos homicídios no Brasil vitimaram pessoas negras. Os dados do primeiro trimestre de 2020 apontam que 63,5% das vítimas fatais em operações policiais no nosso estado são negros”, aponta a vereadora.

Dados das Secretarias de Segurança Pública, tanto de São Paulo como do Rio de Janeiro  mostram que durante a Pandemia de COVID-19, apesar de uma diminuição na criminalidade, as operações policiais estão mais letais. Uma dessas operações levou a vida do jovem João Pedro, de 14 anos, na cidade do Rio de Janeiro.

“O poder público de Campinas precisa demonstrar firmeza no combate ao racismo e à violência policial causada por discriminação racial. É necessário que se faça justiça frente ao assassinato do jovem Jordy, mas para além disso, é necessário compromisso da prefeitura no combate a esse tipo de violência. É importante que se tenha medidas institucionais, e no âmbito do treinamento dos agentes da guarda, para evitar que essas tragédias se repitam”, cobra Mariana Conti.

Moradores e moradoras da comunidade O.M.G (Oziel, Monte Cristo e Gleba, grupos, movimentos e instituições de defesa dos direitos de Campinas e região criaram uma petição para exigir justiça para Jordy Moura Silva. O jovem de 15 anos, estudante e trabalhador, que foi executado com um tiro no pescoço por um agente da Guarda Municipal de Campinas no dia 05/04, no bairro Reforma Agrária. (LINK) (com informações de divulgação)