Veja abaixo o que Bolsonaro já fez para agradar, e talvez, tentar cooptar a consciência dos militares brasileiros. Com isso, parece ter liberdade para fazer discursos que ameaçam a Democracia. Em pouco mais de um ano, o governo definiu uma série privilégios e benefícios para militares. Ao que tudo indica pelas ameaças de Bolsonaro contra o STF e a Democracia, o governo parecer acreditar que pode cooptar os militares contra a democracia e a sociedade brasileira.

(foto fernando frazão – agência brasil)

Se os opositores do PT diziam que o partido havia criado ‘boquinhas’ com cargos para militantes quando estava no governo, agora parece ser um bocão gigante. Os benefícios criados pelo governo Bolsonaro parecem não ter limites nos cofres públicos. Veja a linha de informações publicadas por Natália Vianna, da Agência Pública no Twitter:

Bolsonaro ampliou a presença de militares no governo para níveis já mais visto. Atualmente, 7 dos 22 ministros são do Exército, dois são da ativa do Exército e um é da Marinha. O total de servidores militares da ativa é de quase 3 mil. (LINK)

Na Reforma da Previdência, os militares foram não apenas protegidos com a desculpa de que seria feita uma reforma específica. No final das contas, enquanto a população teve aumento das contribuições, os militares saíram da reforma com um aumento de salário. Militares continuarão sem precisar atingir uma idade mínima para se aposentar, diferente dos demais servidores públicos. Tempo mínimo de serviço subiu de 30 para 35 anos Continuam ganhando o mesmo que seu último salário integralmente, com reajustes. (LINK).

O benefício maior foi para alta patente, o que gerou até revolta dos praças. Em dois adicionais, o de disponibilidade e de habilitação, que serão incorporados ao soldo, os oficiais ficam, respectivamente, com aumento de 32% e 73%, enquanto os de baixa patente, com 5% e 12%. (LINK)

A população foi convencida de que precisava fazer sacrifício. Mas os praças não ficaram contentes com o benefício baixo e Bolsonaro criou uma Comissão Salarial para discutir o reajuste nas Forças Armada. (LINK)

Também para agradar, Bolsonaro deu aumento de 100% nas diárias pagas em emprego, por exemplo em Operações de Garantia da Lei e da Ordem. (LINK)

O presidente apresentou um PL que contempla uma demanda antiga do comando: excludente de ilicitude em Operações de GLO. O militar não cometerá crime se atirar em alguém armado, mesmo sem confronto. Sua defesa será feita pela Advocacia-Geral da União. (LINK)

Falando em AGU, anota Natália Vianna, vieram da advocacia da União 3 presentinhos. A AGU ajudou a acobertar uma operação militar potencialmente ilegal, a Operação Muquiço, que levou ao fuzilamento de Evaldo Rosa e Luciano Macedo. (LINK)

Mais recentemente, a AGU emitiu um parecer que permite às Forças Armadas fugir do teto do funcionalismo público de R$ 39 mil. Os militares ganhariam com isso uma regalia que não é permitida nem a juízes ou deputados. A mudança está suspensa. (LINK)

Outra reportagem mostra que muitos militares ganham bem acima do teto constitucional (R$ 39 mil), em especial ao fazer trabalhos remunerados para o governo, além das aposentadorias integrais que já recebem. É o caso de alguns ministros militares. (LINK)

Em maio, a AGU defendeu a deturpação da história do Brasil para o bem de militares apoiadores do golpe de 64, ao dizer que os militares do governo podem dizer que não houve ditadura militar no Brasil. O parecer é uma resposta a uma ação que pede a remoção de postagens da Secom homenageando a um torturador da ditadura. (LINK)

No ano passado o governo chegou a aprovar uma diretriz que permitiria aos reservistas serem escalados para ajudar a zerar a fila do INSS, claro que com remuneração a mais. (LINK)

Governo Bolsonaro alugou a sede do Clube da Marinha ao custo de R$ 125 mil para homenagens.(LINK)

Vale lembrar o projeto de escolas públicas militarizadas, que vão receber investimento de R$ 54 milhões do MEC, sendo que metade desse valor vai para o bolso de militares que forem convocados para atuar nas escolas. (LINK)

Ao final, Natália questiona: “Resta saber se, nas palavras de um ex-ministro, os militares brasileiros estão mesmo à venda” (Link)