Pesquisadores do Laboratório de Fabricação Digital (FabLab) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), universidade pública sediada em João Pessoa, desenvolveram um capacete com ventilação não invasiva para pacientes em estado grave devido à infecção pelo novo coronavírus (Covid-19). Uma das vantagens do capacete é evitar a transmissão do vírus.

(foto – ufpb – div)

Segundo os pesquisadores, o vírus Sars-Cov-2, que provoca a doença, tem alta capacidade de disseminação por meio de aerossóis dispersados pelos doentes, sendo por isso desaconselhada a ventilação não invasiva de alto fluxo, que expõe os profissionais de saúde ao contágio.

Desse modo, o capacete é uma alternativa de tratamento clínico para a Covid-19, diante da escassez de aparelhos de ventilação no mercado e pode ser usado em pacientes com necessidade de suporte ventilatório, a fim de evitar intubações orotraqueais precoces.

Com a utilização do capacete, as possíveis complicações geradas pela ventilação mecânica invasiva podem ser reduzidas. De acordo com os pesquisadores, uma das principais causas de infecção hospitalar é a pneumonia associada à ventilação mecânica.

Outra vantagem é que, devido à recomendação de utilização em pacientes que estejam lúcidos e acordados, o aparelho não precisa ser utilizado em leitos de UTI, que têm pouca oferta no país. “Também esse tipo de capacete reduz a contaminação do hospital, devido ao confinamento do paciente ao capacete”, explica Euler Cássio. Uma vez constatada boa adaptação, é previsto o uso do capacete pelo paciente por até 15 dias.

O projeto foi submetido nesta quarta-feira (29), ao comitê de ética do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da UFPB e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os pesquisadores solicitaram autorização para continuar o desenvolvimento do capacete e iniciar os testes com pacientes, segundo o coordenador do Laboratório de Fabricação Digital da UFPB, Euler Macêdo.

O protótipo desenvolvido pelos pesquisadores foi feito com um capuz manufaturado de PVC, anel fabricado com impressora 3D, membrana de vedação cervical adaptada de balão látex, conectores de saída e entrada de gases feitos com tubos de PVC.

O professor Euler Cássio ressalta que, embora o processo de fabricação seja simples, a equipe ainda está em busca de parceiros que possam aumentar a capacidade de produção após a regulamentação pela Anvisa.

“Queremos produzir em massa, mas com nossa capacidade não temos como produzir muitas unidades”. Também atuam na inovação os pesquisadores Alberto Oliveira Filho, Eliauria Martins e Luiz Regis. Contatos devem ser realizados pelo [email protected]. (Com informações de divulgação)