O Sesc São Paulo deu início a uma série de transmissões de apresentações teatrais via internet com reconhecidos nomes das artes cênicas do país que sempre apresentam seus trabalhos nas unidades da instituição em todo o estado. Agora, em tempos de isolamento social por conta da crise causada pelo novo coronavírus, terão a experiência de levar seus trabalhos a um número ainda maior de pessoas por meio do canal do Sesc São Paulo no YouTube. É a programação “Teatro #EmCasaComSesc”.

(Foto: Jorge Martins)

Sempre às segundas, quartas, sextas e domingos, às 21h30, uma apresentação diferente, no formato de monólogos interpretativos – e não leituras – de obras que já foram realizadas poderão ser apresentadas na íntegra, em trechos, adaptações ou solilóquios. As apresentações terão duração de até 50 minutos. Em tom intimista, os artistas também são convidados a fazerem comentários sobre o trabalho após a performance. Dentro desta linguagem, a vasta experiência do CPT – Centro de Pesquisa Teatral e de projetos como Dramaturgias possibilitam a expansão da atuação digital da instituição.

A iniciativa faz parte das diversas ações digitais que expandem a atuação da instituição no campo virtual, como a plataforma do Sesc Digital e a programação de transmissões musicais da série “Sesc ao Vivo”. “As artes, em todas as suas linguagens, têm sido altamente impactadas pelas restrições de convívio social e pela suspensão das contratações dos artistas e de toda a cadeia de criação e produção. O desenvolvimento da Plataforma Sesc Digital expressa nossa preocupação com a expansão da atuação social do Sesc para o ambiente digital”, comenta Danilo Miranda, diretor do Sesc São Paulo. “Acreditamos ser possível, ainda que desafiadora, a experimentação de uma prática cênica, performativa, em novos formatos, gramáticas e suportes. Pretendemos contemplar outras linguagens artísticas em nossas transmissões ao vivo nos próximos dias”, conclui.

Nesta semana, temos hoje (18) Sérgio Mamberti em “Plínio Marcos, um Homem do Caminho”. Mamberti, que já trabalhou como escritor e dramaturgo, busca evocar em sua obra, escrita principalmente durante a ditadura militar, a pujança teatral. O homem de teatro, pensador e dramaturgo é resgatado em tempos de pandemia para trazer ao universo do confinamento a força e a energia libertárias, bem como a dimensão clássica de sua obra, sua dramaticidade e seu humor inteligente e cáustico. A peça, recomendada para menores de 14 anos, conta com direção de Ricardo Grasson e assistência de Heitor Garcia.

Na quarta-feira (20), a atriz e diretora Ester Laccava apresenta “Ossada”. A partir de textos de Maureen Lipman, Wislawa Szymborska e Laurie Anderson, Ester faz um passeio por situações cotidianas na vida de cinco mulheres. A peça tem dramaturgia de Ester Laccava, Elzemann Neves e João Wady Cury, direção de Ester Laccava, co-direção de Elzemann Neves, trilha sonora de Muep Etmo e colaborações de Mirella Brandi, Emerson Mostacco e João Wady Cury. Não é recomendada para menores de 14 anos.

Na sexta-feira (22), Jé Oliveira retrata a experiência de ser homem negro na periferia de São Paulo em “Farinha com Açúcar ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens”, obra tributária ao legado dos Racionais MC’s da qual Oliveira é autor e encenador. Em sua pesquisa, diversas entrevistas foram realizadas, ao longo de um ano, em uma investigação sobre a construção das masculinidades negras, conferindo à peça a força e a veracidade de seus relatos, apresentados de forma falada e cantada. A peça tem direção musical de Fernando Alabê, produção de bases gravadas por Dj Tano (Záfrica Brasil) e Gabriel Longhitano na guitarra e violão. A classificação indicativa é de 16 anos.

(Carta Campinas com informações de divulgação)