Assim como em várias partes do mundo, os médicos suecos também começaram a administrar a cloroquina, medicamento contra malária, a pacientes graves contra o coronavírus, apesar da falta de estudos controlados.

Magnus Gisslén (Foto: Hospital Universitário Sahlgrenska)

“Gostávamos de todo mundo e demos cloroquina aos pacientes no começo também. Houve estudos em tubo de ensaio que mostraram que isso afetava o coronavírus e era uma droga que conhecíamos no tratamento da malária”, disse Magnus Gisslén, professor e médico chefe da clínica de infecção do Hospital Universitário Sahlgrenska.

Mas agora o médico fez uma reversão completa. Na semana passada, todo o tratamento com cloroquina foi interrompido contra a covid-19 em Sahlgrenska. “Houve relatos de suspeita de efeitos colaterais mais graves do que pensávamos. Não podemos descartar efeitos colaterais graves, especialmente no coração, e é um medicamento de dosagem difícil. Além disso, não temos fortes evidências de que a cloroquina tenha efeito sobre a covid-19”, afirmou ao jornal Göteborgs-Posten.

Em Estocolmo, o Hospital Sul também parou de administrar cloroquina, o que foi confirmado ao jornal pelo chefe médico Anders Håkansson.

Anna Myrnäs, diretora médica do Centro de Informações sobre Venenos, viu um aumento no número de perguntas do serviço de saúde sobre os efeitos colaterais graves da cloroquina. “O risco que vemos do nosso lado é que é uma preparação que tem efeitos colaterais muito desagradáveis, incluindo morte cardíaca súbita”, diz ela. Ela confirmou que há sinais de que pacientes com covid-19 foram prejudicados pela droga.

Veja link da reportagem do Göteborgs-Posten.

Imagem do vírus invadindo a célula do (foto Débora F. Barreto-Vieira/IOC/Fiocruz).