Um dos filhos de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, financiou e lucrou com a construção ilegal de prédios erguidos pelas milícia usando dinheiro público obtido de forma ilegal. É o que revelam documentos sigilosos e dados levantados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), divulgados pelo site The Intercept Brasil.

Desabamento no Rio (foto fernando frazão – ag brasil)

Segundo os documentos, o investimento para as edificações levantadas por três construtoras foi feito com dinheiro de “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. O dinheiro da ‘rachadinha’ é obtido por meio da contratação de funcionários fantasmas. Ou seja, os funcionários dão os nomes para a contratação sem concurso público (comissionado), não trabalham e o dinheiro vai ilegalmente para o bolso do parlamentar.

Em abril do ano passado, dois edifícios construídos ilegalmente por milicianos desabaram em Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. O desabamento matou 24 pessoas. Segundo o site, esses prédios eram foram construídos por outras organizações criminosas.

O andamento das investigações que fecham o cerco contra o filho de Jair Bolsonaro é um dos motivos para que o presidente tenha pressionado o ex-ministro Sergio Moro pela troca do comando da Polícia Federal no Rio, que também investiga o caso, e em Brasília. Os advogados do senador já pediram por nove vezes que o procedimento seja suspenso.

O inquérito do Ministério Público do Rio, que apura fatos de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público) pelo filho de Bolsonaro segue em sigilo.

O site Intercept teve acesso à íntegra da investigação. Os investigadores dizem que chegaram à conclusão com o cruzamento de informações bancárias de 86 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema ilegal, que serviu para irrigar o ramo imobiliário da milícia.

Segundo a reportagem, os promotores constataram que que o filho de Bolsonaro receberia o lucro do investimento dos prédios, de acordo com os investigadores, através de repasses feitos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega – executado em fevereiro – e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.

Leia a reportagem completa no The Intercept Brasil.