Crime contra o povo, Jonas governa para empresários

.Por Guida Calixto.

O que você faria se fosse prefeito de Campinas e tivesse R$ 22 milhões para usar nesse crítico momento de pandemia que coloca milhares de vidas em risco?

Guida Calixto (foto arq. pessoal – rede social)

Certamente compraria equipamentos médicos, itens de segurança para profissionais da área de saúde, criaria mais leitos e UTIs especializadas, além de organizar um banco de alimentos, certo?

Certíssimo.

Mas, não foram essas as escolhas do prefeito Jonas Donizete.

Ao contrário do que diz Jonas, Campinas tem recursos, mas ele escolheu usá-los para defender interesses de empresários e seus próprios interesses políticos.

Apesar de sua emotiva carta apelando pelo bom senso do governo federal, publicada em jornal de grande circulação, no último final de semana, Jonas escolheu mais uma vez garantir o lucro de empresários de comunicação e das empresas de ônibus.

Em meio a pandemia, Jonas decidiu antecipar R$ 6.000.000,00 (SEIS MILHÕES) de recursos públicos, do povo, para empresas de transportes, que já cobram uma das passagens mais caras do Brasil, justamente no momento em que a população corre risco real de vida, em que muitos já estão passando fome e desempregados.

Mas a crueldade do Prefeito não para aí. Para completar, Jonas decidiu entregar R$ 16.000.000,00 (DEZESSEIS MILHÕES) para empresas privadas de comunicação, assinando uma SUPLEMENTAÇÃO a um contrato já existente.

Jonas realiza uma criminosa inversão de prioridades no uso de recursos públicos que deveriam estar totalmente destinados a dar condições de trabalho para os profissionais de saúde e garantia de acesso à saúde gratuita para toda população, além de garantir um plano emergencial de renda e apoio a idosos e crianças.

Para a grande população trabalhadora, que está completamente desassistida, Jonas diz publicamente que a arrecadação caiu drasticamente e não há recursos para emergências. Em seus discursos, ele até critica o governo federal que ele mesmo ajudou a eleger, cujo projeto de desmonte do SUS está em curso. Com essas críticas, Jonas busca o auto salvamento, tenta livrar-se das responsabilidades de cuidar da população e das consequências da pandemia. Mas, na surdina, no plano municipal ele destina 22 milhões para empresas que não estão no centro das urgências do combate à pandemia.

Essa é uma escolha difícil de explicar para a população, e que os empresários privados de comunicação, muito bem pagos pelo erário público, farão de tudo para blindá-lo com informações positivas. Dito de outra forma, quem paga a banda, escolhe a música.

É indiscutível a importância e o papel da imprensa para informar a população, mas isso é parte do trabalho do jornalismo realizado com seriedade, que não precisaria ser comprado para realizar uma correta prestação de serviços. Além disso, uma ampla rede de comunicadores populares já atua colaborativamente nesse momento, podendo ser ainda mais potencializada.

Quanto ao transporte, esse é um serviço, uma concessão pública, portanto deve ser gerenciado a favor dos direitos da população. Em momentos de emergência, como o atual, a passagem deveria ser gratuita ou reduzida, como forma de atenuar os efeitos econômicos da pandemia sobre a classe trabalhadora, sem que houvesse ônus para os cofres públicos.

Não foram essas as escolhas de Jonas. Ele preferiu dar o dinheiro público para empresários, enquanto as frotas são reduzidas, ampliando as possibilidades de infecção pelo aumento de aglomeração nos ônibus.

Jonas ainda diz que poderá atrasar pagamento de funcionários públicos, cuja maioria está segurando a onda em muitas frentes de trabalho para continuar a assegurar direitos da população trabalhadora.

Que nome se dá a isso? Crime contra o povo.

As forças populares organizadas, em Campinas, devem acionar o Ministério Público para evitar que isso siga adiante e defender que os recursos públicos sejam utilizados para salvar vidas e não os lucros dos patrões. (Do Blog da Guida)

Guida Calixto é servidora municipal em Campinas e Advogada.