(foto rodrigo moraes – ccl)

.Por Eduardo de Paula Barreto.

Vai começar o carnaval
Todos põem seus adereços
E buscam o tom ideal
Para cantar o samba enredo
E em cima do carro alegórico
O Presidente estrambólico
Vestindo um traje esquisito
Exibe armas de guerra
E atira contra a galera
Que morre gritando: ‘Mito’.
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Então surge outro carro
Trazendo como alegoria
Um juiz como um espantalho
Que deixou de ser fantasia
Para espantar da sociedade
A crença na imparcialidade
Que deveria embasar a justiça
Que virou um mecanismo
Para transformar em ministro
Um juiz cheio de cobiça.
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Como base para o samba
Brilha a alegre bateria
Mas logo desanda
Prejudicando a harmonia
E o economista carnavalesco
Que prometeu um nababesco
Carnaval aos brasileiros
Admite que mentiu
Só para doar o Brasil
Ao capital estrangeiro.
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Assim o Carnaval termina
Com a porta-bandeira
Colocando lá em cima
A bandeira brasileira
Que rompe a hipnose
E transforma a apoteose
Numa reunião política
E os que foram enganados
Deixam o circo de lado
E tomam posse da avenida.
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