Em São Paulo – Fica em cartaz até o dia 1º de março no teatro J. Safra o espetáculo “Parabéns, Senhor Presidente”.

(Foto: Cecil Beaton)

A comemoração do 45º aniversário de John Kennedy, no dia 19 de maio de 1962, ficou marcada na vida de duas grandes divas: Marilyn Monroe, que cantou  um “Happy Birthday” tão sexy quanto histórico, e Maria Callas, ovacionada minutos antes, ao cantar “Habanera” da ópera “Carmen”, sem imaginar que a aproximação em relação à família Kennedy levaria, anos mais tarde, ao fim de seu romance com Aristóteles Onassis.

Nessa histórica noite, Callas e Monroe se encontraram nos bastidores do Madison Square Garden. Essa conversa é o ponto de partida de “Parabéns senhor presidente”, texto de Fernando Duarte e Rita Elmôr, com direção de Fernando Philbert.

O espetáculo transporta a plateia para o ano de 1962. Quem nunca viu a cena clássica de Marilyn Monroe cantando Happy Birthday Mr. President? A loira fez a versão de “Parabéns pra Você”, entrar para a história ao cantar para Kennedy, chocando a sociedade da época. Antes dela subir ao palco, com seu vestido de sereia rosa chá e fazer a performance que entrou para a mitologia dos anos 1960, grandes artistas se apresentaram, entre eles, Maria Callas, a atração mais aplaudida da noite.

O texto do espetáculo organiza um diálogo que expõe, ao mesmo tempo, as distâncias e as proximidades entre as duas, ressaltando a beleza do universo feminino em sua complexidade.  Em cena, dois dos maiores mitos da feminilidade do século XX: Marilyn Monroe, com sua graça triste, e uma beleza entremeada por dor e perda, e Maria Callas, com sua voz de diamante. Apesar das diferenças  entre elas, perceptíveis de imediato, elas se aproximam pela dificuldade de se afirmar com autonomia em um mundo controlado pelos homens e a impossibilidade de encarar a vida sem afeto.

As duas estão no topo, mas os motivos e os meios através dos quais elas chegaram lá foram diferentes. Dividindo o mesmo espaço por uma hora, as duas mulheres mais famosas do mundo conversam sobre o universo particular de cada uma, sem imaginar que Marilyn iria falecer dois meses depois. 

Ambas falam de suas inquietações com seus relacionamentos, suas aparências e suas competências para exercer suas profissões, entre outras coisas. São duas pessoas fascinantes, que, por motivos diferentes, tiveram grande projeção e fins trágicos. A grande questão é como duas pessoas de universos tão distintos se relacionariam e o olhar diferente que tinham sobre uma série de situações. 

Callas era extremamente técnica e rigorosa, enquanto Marilyn era intuitiva e muito mais fluida, graças à sua instabilidade emocional. Ao mesmo tempo, Callas, antes de Onassis, foi casada com um homem muito mais velho e não teve vida sexual até os 32 anos. Já Marilyn casou sempre por paixão, mas terminava por se sentir sempre insatisfeita, incompleta de algum modo. Mais do que falar de Callas e Monroe, o texto aborda temas relevantes sobre o universo feminino. Em cena, as duas mulheres – independentes e bem-sucedidas – o que era raro nos anos 1960, falam com franqueza sobre assuntos ainda em pauta nos dias de hoje. 

O espetáculo explora, pelo duelo verbal entre as duas, o drama feminino dos tempos recentes, a divisão entre afeto e realização, o conflito diante do papel a desempenhar em um mundo ainda regido pelos homens. A partir da diferença inicial entre os dois perfis – a intelectual e a emocional – o espetáculo desnuda, com humor, ironia e sutilezas de raciocínio, o drama único que envolve muitas mulheres em nosso tempo. Mais do que falar de Callas ou de Marilyn, o espetáculo fala das mulheres. Ele lembra e reafirma a potência selvagem e indomável própria do feminino.

Ficha Técnica

Autoria: Fernando Duarte

Direção Geral: Fernando Philbert

Elenco: Christine Fernandes e Danielle Winits

Duração do Espetáculo: 70 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

INGRESSOS

Plateia Premium: R$80,00
Plateia Vip: R$60,00
Mezanino: R$50,00
Mezz. Visão Parcial: R$30,00 Disponíveis em: eventim.com.br 

Temporada

17 de Janeiro a 01 de Março de 2020

Sexta 21h30/ Sábado 21h/ Domingo 20h

No Teatro J. Safra – R. Josef Kryss, 318, Parque Industrial Tomas Edson, tel. 3611-3042. 627 lugares

(Carta Campinas com informações de divulgação)