Em São Paulo – As obras do díptico “Feminino Abjeto” farão parte da programação paralela do Festival Verão Sem Censura.

(Foto: Divulgação)

As duas peças dirigidas por Janaina Leite são complementares, mas independentes. Nelas, a diretora e duas equipes de performers investigam a construção dos gêneros e as relações entre homens e mulheres a partir de episódios históricos e biográficos, música pop e performance, em grandes explosões cênicas.

Na temporada paralela à programação do Festival Verão Sem Censura, promovido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, ambas as obras compartilham o Teatro Alfredo Mesquita, na zona norte da capital.

Nos dias 11, 12, 18 e 19 de janeiro, sábados às 21h e domingos às 19h, será apresentada a peça Feminino Abjeto 2 – O Vórtice do Masculino. Em uma sequência vertiginosa de cenas que borram os limites de ficção, realidade, teatro e performance, 19 performers revisitam memórias, estereótipos e contradições do masculino e do feminino. Uma jornada de afetos, violências e renúncias que constitui, ainda, questão fundamental de nossos dias: afinal, do que se faz um homem?

Nos dias 25 e 26 de janeiro, sábado às 21h e domingo às 19h, o público poderá assistir ao espetáculo Feminino Abjeto 1.

Uma performance ritualizada em que 12 artistas — 10 mulheres cis e 2 pessoas não-binárias — investigam suas relações com os ideais de feminino, suas obscuridades e contradições. A obra coloca em evidência as tensões presentes no conceito de abjeção, na misoginia cotidiana e nas percepções de papéis sociais e de gênero.

Histórico do díptico

Em 2017, a atriz, diretora e pesquisadora Janaina Leite, integrante do Grupo XIX de Teatro, orientou um núcleo de criação guiado pelo conceito de abjeção no feminino. Resumidamente, de acordo com a filósofa, psicanalista e escritora búlgaro-francesa Julia Kristeva, a masculinidade se define pela atração e repulsa ao que é dito “feminino”. Em sua primeira fase, esse projeto uniu 14 integrantes, entre mulheres cis e duas pessoas não-binárias. Apresentada como “Feminino Abjeto”, a obra passou a ser entendida como a primeira parte de um díptico após a estreia de “Feminino Abjeto 2 – O Vórtice do Masculino”.

Em 2018, Janaina Leite deu início a uma nova etapa de seus estudos sobre as representações do feminino: uma investigação cênica, poética e performática sobre a construção do masculino. Para um elenco inicial de quase 40 intérpretes-criadores, entre homens cis e pessoas não-binárias, o ponto de partida proposto foi o exame minucioso das relações com as figuras biográficas e históricas de mães e pais.

Em 2019, a artista foi convidada a falar sobre sua pesquisa em um painel do seminário internacional Hemisférico, no México. Esteve envolvida também na Mostra Abjeta, que reuniu no Teatro de Contêiner a primeira parte do díptico a uma versão inicial do Feminino Abjeto 2, além de outros trabalhos derivados. Ainda apresentou-se com o Grupo XIX em Brasília, no festival internacional Cena Contemporânea (“Teorema 21”), e em Belo Horizonte, e no CCBB, com o infantil do Grupo, “Hoje o Escuro Vai Atrasar para que Possamos Conversar”.

Julia Kristeva, Heleieth Saffioti, Angelica Liddell, Camille Paglia, Georges Bataille, João Silvério Trevisan (“Pai, Pai”), bell hooks, Virginie Despentes (“Teoria Kink Kong”), Paul Beatriz Preciado, Javier Saez e Sejo Carrascosa (“Políticas Anais”), Richard Wrangham e Dale Peterson (“O Macho Demoníaco”), Djamila Ribeiro e Marcia Barbieri são algumas das inspirações e referências do projeto.

Ficha técnica FEMININO ABJETO 2

Performers/autores: Alexandre Lindo, André Medeiros Martins, A Saboya, Carlos Jordão, Chico Lima, Dante Paccola, Diego Araújo, Eduardo Joly, Filipe Rossato, Guilherme Reges, Gustavo Braunstein, Jeffe Grochovs, João Duarte, João Pedro Ribeiro, Leonardo Vasconcelos, Lucas Asseituno, Marco Barreto, Nuno Lima, Thompson Loiola.

Direção e dramaturgismo: Janaina Leite

Assistência de direção e dramaturgismo: Ramilla Souza

Iluminação: Maíra do Nascimento e Marcus Garcia.

Criação e operação de som e trilhas: Eduardo Joly.

Fotografia: André Cherri, Michel Igielka, Liz Dórea, Flaviana Benjamin, Carol Rolim, Mateus Capelo.

Vídeos: André Cherri; Diego Araújo, Guilherme Dimov, Victor Rinaldi; Filipe Rossato, Gabriel Pessoto, Fernanda Wagner, Marina Rosa, Juba Bezerra (Poro Produções).

Arte original: Miguel Sanchez; Andrés Nigoul (Duo Dinâmico).

Núcleo de Comunicação: Thompson Loiola (99 Comunicação) e Alexandre Lindo.

Núcleo de Produção e Projetos: João Pedro Ribeiro, Thompson Loiola, Ramilla Souza, Lucas Asseituno, André Medeiros Martins.

Ficha Técnica FEMININO ABJETO 1

Direção e concepção | Janaina Leite

Performers/autorXs | Bruna Betito, Cibele Bissoli, Débora Rebecchi, Emilene Gutierrez, Flo Rido, Gilka Verana, Juliana Piesco, Letícia Bassit, Maíra Maciel, Oli Lagua, Ramilla Souza e Sol Faganello.

Assistência de direção | Tatiana Caltabiano

Dramaturgismo | Janaina Leite e Tatiana Ribeiro

Preparação Stiletto | Kaval

Preparação Haka | Allan Melo

Iluminação |Afonso Alves Costa

Operação de som | Marina Meyer

Fotografia | Laio Rocha

Feminino Abjeto 2 – O Vórtice do Masculino

Quando: 11, 12, 18 e 19 de janeiro. Sábados às 21h e domingos às 19h

Onde: Teatro Alfredo Mesquita. Av. Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo – SP. Telefone: (11) 2221-3657. Perto dos metrôs Portuguesa-Tietê e Carandiru (Linha 1-Azul)

Ingressoshttps://www.sympla.com.br/femininoabjeto2 – R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada)

Feminino Abjeto 1

Quando: 25 e 26 de janeiro. Sábado às 21h e domingo às 19h

Onde: Teatro Alfredo Mesquita. Av. Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo – SP. Telefone: (11) 2221-3657. Perto dos metrôs Portuguesa-Tietê e Carandiru (Linha 1-Azul)

Ingressoshttps://www.sympla.com.br/femininoabjeto2 – R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada)

(Carta Campinas com informações de divulgação)